Ciência

Filhotes de Baleias-Jubarte: O Comportamento Inédito de Pedir Leite às Mães

2024-12-20

Autor: Fernanda

Recentemente, um estudo fascinante revelou como os filhotes de baleias-jubarte se comunicam com suas mães durante a amamentação. Segundo Maevatiana Nokoloina Ratsimbazafindranahaka, líder do estudo, "o filhote produz uma variedade de chamados sociais, desde grunhidos longos até gritos e gemidos", mas quando é hora de se alimentar, os sons assumem um tom mais específico: "são sons curtos e de baixa frequência, parecidos com arrotos ou latidos".

Essa pesquisa inovadora foi realizada por uma equipe de especialistas em comunicações acústicas do Instituto de Neurociências Paris-Saclay, na França, em colaboração com a Universidade de Antananarivo, em Madagascar, e a organização Cétamada, também em Madagascar.

Os pesquisadores usaram etiquetas multissensoriais acopladas às baleias, que incluíam câmeras para capturar imagens e sons. Com isso, conseguiram analisar gravações de áudio e até dados de movimento em profundidades variadas. Esses registros permitiram que os cientistas identificassem os sons associados a diferentes atividades das baleias.

Notavelmente, os filhotes não mostram sinais claros, como cabeçadas, como observado em mamíferos terrestres, ao se comunicarem com suas mães. Eles se posicionam lentamente abaixo delas, próximo às glândulas mamárias, emitindo sons que, se forem insistentes, indicam que realmente estão com fome.

As chamadas de baixa frequência, caracterizadas por sons de arroto e latido, estão diretamente relacionadas às sessões de amamentação. Enquanto isso, momentos de brincadeira na superfície revelaram chamadas de frequência média, semelhantes a gritos.

Esses achados são cruciais, pois sugerem que a comunicação entre mães e filhotes desempenha um papel vital no desenvolvimento dos jovens cetáceos. Ratsimbazafindranahaka mencionou que um próximo passo importante seria realizar experimentos para descobrir se as mães conseguem distinguir as diferentes vocalizações de seus filhotes.

Além das descobertas sobre a comunicação das baleias-jubarte, a pesquisa destaca uma questão crítica: o impacto do ruído humano nos oceanos. "É essencial considerar como o barulho afeta a vida marinha. Imagine um barco de observação de baleias em um mar barulhento – a mãe pode não ouvir seu filhote chamando", alerta Ratsimbazafindranahaka.

Assim, a conservação sonora dos oceanos se torna um tema central na preservação do ecossistema marinho, uma lembrança de que a harmonia entre a natureza e as atividades humanas é fundamental para garantir o futuro das majestosas baleias-jubarte.