Ciência

Fim dos filtros no Instagram: Um divisor de águas para autoestima e saúde mental

2024-11-20

Autor: Pedro

Marina Ohayon, 32 anos, afirma que sem os filtros do Instagram, sua presença nos Stories não seria a mesma. 'Usar filtros me dá uma liberdade que a maquiagem não proporciona', desabafa. Popular entre influenciadores e criadores de conteúdo, os filtros estão prestes a se tornar uma memória, pois a Meta anunciou o encerramento da Meta Spark, a plataforma responsável por esses recursos, a partir de 14 de janeiro de 2025. Segundo a empresa, essa mudança visa focar em produtos mais alinhados às necessidades dos usuários e clientes corporativos, mas os detalhes sobre quais filtros continuarão disponíveis permanecem incertos.

A decisão gerou preocupação entre agências e influenciadores. Bruno Santos, da Agência Cyborg, expressou preocupação: 'Já sabíamos que algo estava mudando e começamos a explorar novas tecnologias, mas a perda dos filtros será significativa para nosso setor'.

Um exemplo dessa dependência dos filtros é G Junior, um maquiador que criou seu próprio filtro para aumentar o engajamento, mas agora teme o prejuízo. 'Fico triste pelo investimento perdido, mas entendo que as pessoas precisam voltar a se ver como realmente são', diz.

A psicóloga Daniela de Oliveira vê a mudança como um passo necessário para melhorar a saúde mental. 'Os filtros criam expectativas irreais e podem levar à dismorfia, onde pessoas buscam formas de beleza inatingíveis', alerta. Para ela, a possibilidade de aceitar uma imagem mais autêntica pode ser um processo desafiador, mas benéfico. Ela menciona que frequentemente pessoas mostram fotos filtradas em clínicas de cirurgia plástica, o que pode resultar em decisões precipitadas e perigosas.

Por outro lado, Joana Nolasco, criadora de conteúdo de 41 anos, expressa receios sobre a qualidade das imagens sem filtros, especialmente em eventos com iluminação inadequada. 'Acho que tudo deve ser usado com responsabilidade; filtros que não alteram o rosto são uma ajuda', enfatiza.

Contrastando com Joana, Suellen Peixoto, 27 anos, celebra a nova abordagem do Instagram. Ela relata que voltou a valorizar sua aparência natural, percebendo o mal que a obsessão por perfeição lhe causava: 'Uma selfie não vale o meu bem-estar'. A discussão que se segue sobre os filtros evidencia como as redes sociais influenciam a percepção de beleza e autoestima, tornando esse tema cada vez mais relevante em nossa sociedade atual.

No entanto, mesmo com o fim de um era de filtros, a busca pela autenticidade e autoaceitação vai continuar. Afinal, quem disse que precisamos de Paris quando podemos ser nós mesmos?