Durante uma coletiva de imprensa realizada em São Paulo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que diversas concessionárias de energia se unirão em uma força-tarefa para ajudar a Enel a restabelecer a energia elétrica para mais de 400 mil imóveis na capital e na Grande São Paulo. Este esforço se torna ainda mais urgente pois, até a manhã desta segunda-feira (14), 430 mil imóveis permaneciam sem eletricidade, incluindo 280 mil na própria capital.

O ministro destacou que o número de funcionários trabalhando na recuperação aumentará de 1.400 para 2.900 profissionais, com o apoio de mais de 200 caminhões e 50 equipamentos adicionais. No entanto, Silveira não hesitou em criticar a Enel, afirmando que a empresa "beirou a burrice" ao reduzir sua força de trabalho ao mesmo tempo em que se modernizava.

"A Enel cometeu um grave erro de comunicação ao não fornecer uma previsão objetiva para a população. Eu a desafiei a resolver os problemas mais severos nos próximos três dias", declarou o ministro, enfatizando a necessidade de melhorar o planejamento urbano e a comunicação com os cidadãos.

Silveira também disse que as distribuidoras de energia serão penalizadas caso não se preparem adequadamente para eventos climáticos severos como o que ocorreu em São Paulo. Ele frisou que as concessionárias devem desenvolver estratégias para lidar com essas eventualidades, uma vez que é evidente que o mundo enfrenta mudanças climáticas severas.

Além das críticas à Enel, o ministro direcionou suas acusações ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, acusando-o de disseminar falsas informações sobre o contrato da Enel. Nunes havia sugerido que o Ministério estava tratando da renovação do contrato, mas Silveira esclareceu que a Enel só poderá manifestar interesse pela renovação a partir de 2026, pois o contrato atual é válido até 2028.

A situação se torna ainda mais dramática considerando que sete pessoas já perderam a vida devido ao recente temporal em São Paulo, e milhares enfrentam dificuldades sem eletricidade em meio a essa crise. A Enel tem enfrentado desafios para manter a comunicação com os clientes, recebendo mais de um milhão de chamadas desde o último evento climático.

A empresa também anunciou a disponibilização de 500 geradores para hospitais e outros serviços essenciais afetados pela falta de energia. Apesar disso, muitos moradores relatam dificuldades para conseguir atualizar o status de sua situação e receber informações sobre quando a luz será restabelecida.

Com um sistema que já demonstra fragilidade, os cidadãos aguardam uma resposta rápida e eficiente das autoridades e da Enel, esperando que essa força-tarefa traga resultados concretos e recupere a normalidade no fornecimento de energia em São Paulo.