É importante ressaltar que pessoas de todas as idades podem se tornar vítimas de fraudes financeiras, conforme explica Robert Mascio, diretor da FINRA (Fundação de Educação do Investidor). Durante um seminário online, ele destacou que, embora os jovens frequentemente relatem perdas, a especulação financeira tende a ser maior entre os mais velhos, que enfrentam dificuldades para recuperar os prejuízos na aposentadoria.

As fraudes financeiras têm se diversificado, com um aumento significativo de esquemas de pirâmide e golpes relacionados a criptomoedas. Mascio apresentou dados alarmantes dos Estados Unidos para 2024, revelando que houve 2,6 milhões de reclamações feitas à Federal Trade Commission, totalizando impressionantes US$ 12,5 bilhões em perdas - o equivalente a R$ 72 bilhões. Desses, US$ 5,7 bilhões foram destinados a fraudes de investimento. "Este é apenas o início, pois muitos não registram queixas", ponderou Mascio.

As perdas financeiras têm crescido em ritmo alarmante: US$ 3,8 bilhões em 2022, US$ 4,6 bilhões em 2023, culminando em US$ 5,7 bilhões no último ano. Esses roubos se tornaram os mais comuns entre pessoas com mais de 35 anos. Infelizmente, duas a cada três vítimas sofrem com o que Mascio denomina como "custos não financeiros".

Os impactos na saúde mental são preocupantes: 50% das vítimas enfrentam estresse severo; 44% lidam com ansiedade; 38% têm problemas para dormir e 35% enfrentam episódios de depressão. Estudos indicam que, nos três primeiros meses após a fraude, a culpa e o embaraço são sentimentos predominantes. Nove a doze meses após o golpe, surge uma sensação de esgotamento e perda de autoestima.

Fatores como insegurança financeira e isolamento social, particularmente entre os idosos, aumentam a vulnerabilidade às fraudes. Um exemplo é o estelionato sentimental, onde golpistas manipulam suas vítimas emocionalmente para extorquir dinheiro.

O especialista sugere que a promoção de educação financeira e o alerta sobre táticas comuns utilizadas pelos golpistas podem ajudar a prevenir tais golpes. Criar sistemas que dificultem a retirada de grandes quantias rapidamente também é uma medida proposta. Para as vítimas, é fundamental receber apoio empático, evitando julgamentos que agravam o trauma da experiência.

Em um dado preocupante, mais de 60 milhões de brasileiros já foram vítimas de fraudes financeiras na internet, segundo uma pesquisa recente. Este fenômeno não só prejudica financeiramente, mas também deixa marcas profundas na saúde mental das pessoas. A conscientização e a prevenção devem ser prioridades na luta contra esses crimes.