
Fugitivas do 8/1 são capturadas ao tentarem entrar nos EUA um dia após posse de Trump
2025-03-17
Autor: Ana
Quatro fugitivas brasileiras, ligadas aos eventos do 8 de janeiro, foram detidas ao tentarem entrar nos Estados Unidos logo após a posse de Donald Trump, que prometeu deportações em massa. A detenção ocorre em um cenário tenso para imigrantes ilegais, especialmente aqueles que vêm de contextos políticos conturbados.
As quatro mulheres fugiram do Brasil, onde enfrentavam judicialização após serem acusadas de tentar um golpe de estado. Elas deixaram o país no início de 2024, buscando refúgio na Argentina, mas, com pedidos de extradição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre elas, decidiram se aventurar nos EUA, acreditando que o governo Trump, aliado de Jair Bolsonaro, poderia lhes oferecer segurança.
Raquel Souza Lopes, de Joinville (SC), foi a primeira a tentar cruzar a fronteira, em 12 de janeiro, e está presa em um centro de detenção em Raymondville, Texas. Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO), Michely Paiva Alves, de Limeira (SP) e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú (SC) foram detidas em 21 de janeiro após tentativas de entrada em El Paso, também no Texas.
As quatro prisões foram feitas pela Patrulha de Fronteira dos EUA, que alegou que as mulheres "entraram ilegalmente no país". Em um contexto de políticas de imigração mais rigorosas, a ICE (Serviço de Imigração e Controle de Fronteiras) anunciou que elas estão sujeitas a "expulsões aceleradas", um processo que evita audiências formais.
Os laços com o Brasil são complicados, pois as fugitivas alegam serem perseguidas por suas convicções políticas. Elas afirmam que os atos de 8 de janeiro não foram uma tentativa de golpe, mas um protesto legítimo contra o governo eleito.
As afirmações de que atuaram de maneira criminosa foram desmentidas em um relatório da Asfav (associação dos investigados), que critica a narrativa de que houve uma tentativa organizada de ataque ao governo vigente.
Além dessas, outros fugitivos do incidente continuam em países como Argentina, Colômbia e Peru, em busca de segurança.
A situação dessas mulheres é delicada, uma vez que a legislação imigração nos EUA atualmente se concentra em deportações rápidas, e as autoridades já informaram que estão preparando os processos necessários. O Itamaraty mudou pouco sua posição, alegando que não pode fornecer informações detalhadas sobre cidadãos brasileiros presos no exterior.
Quem são elas?
Vamos conhecer mais sobre as fugidas presas:
- **Raquel de Souza Lopes, 51 anos**: Condenada a 17 anos por crimes relacionados ao 8 de janeiro, Raquel tem mandado de prisão em aberto e vem buscando apoio jurídico para sua defesa.
- **Rosana Maciel Gomes, 51 anos**: Com uma pena de 14 anos e outros mandados, Rosana fugiu para o Uruguai e depois para a Argentina, onde se viu em uma situação delicada ao ser alvo de pedidos de extradição.
- **Michely Paiva Alves, 38 anos**: Além de ser acusada de ter financiado uma caravana para Brasília, Michely tem uma história política como candidata a vereadora e também responde a processos por seus supostos atos em 8 de janeiro.
- **Cristiane da Silva, 33 anos**: Detida por seu envolvimento em atividades políticas, Cristiane nega participação em crimes e diz que esteve na capital brasileira apenas a passeio.
A drama delas destaca as complexidades da política de imigração e como circunstâncias políticas podem levar indivíduos a situações desesperadoras, tentando escapar de uma realidade que, para eles, é insuportável.