A Macy's, uma das mais icônicas redes de lojas de departamento dos Estados Unidos, se viu forçada a adiar a divulgação do seu aguardado relatório financeiro do trimestre após a descoberta de uma grave irregularidade contábil. Um funcionário, que ocupava cargo relevante na empresa, declarou de forma intencional até US$ 154 milhões (equivalente a R$ 891,27 milhões) em despesas com entregas de maneira incorreta ao longo dos últimos anos.

Diante dessa situação alarmante, a Macy's rapidamente divulgou um resumo de seus resultados financeiros, assegurando aos investidores que a situação não comprometeu seu fluxo de caixa ou os pagamentos a fornecedores. Mesmo assim, após o anúncio, as ações da varejista sofreram uma queda superior a 8% nas negociações pré-mercado, mas conseguiram recuperar parte das perdas ao longo da sessão.

O erro foi descoberto durante a preparação do balanço do trimestre que se encerrou em 2 de novembro. O relatório completo, que deveria ser apresentado na terça-feira (26), agora está agendado para ser divulgado até 11 de dezembro. A situação gerou uma investigação interna, e a Macy's confirmou que o funcionário em questão não faz mais parte da empresa. Para tranquilizar o público, a rede de departamentos afirmou que até o momento não encontrou evidências de envolvimento de outros colaboradores.

Segundo informações divulgadas, o funcionário era responsável pela contabilidade das despesas de entrega de pequenos pacotes e a fraude teria ocorrido entre o quarto trimestre de 2021 e o quarto trimestre de 2024. Durante o mesmo período em que a irregularidade foi cometida, a Macy's reportou gastos de aproximadamente US$ 4,36 bilhões (cerca de R$ 25,23 bilhões) em despesas de entrega.

Já no relatório resumido dessa segunda-feira, a empresa revelou que suas vendas caíram 2,4% no terceiro trimestre, totalizando US$ 4,74 bilhões (R$ 27,43 bilhões), resultado que ficou abaixo das expectativas dos analistas. Estas vendas foram impactadas pela baixa de movimento tanto nas lojas físicas quanto nas plataformas digitais, que já enfrentam uma intensa concorrência no cenário atual de varejo.

No entanto, um dado positivo surgindo neste contexto é que as vendas comparáveis em 50 lojas que simbolizam o futuro da companhia — levando em consideração fatores como localização, equipe e outros elementos — aumentaram em 1,9%, marcando o terceiro trimestre consecutivo de crescimento. As marcas de luxo da Macy’s, como Bloomingdale's e Bluemercury, também apresentaram aumentos nas vendas comparáveis, indicando que a estratégia de investimentos nessas áreas pode estar dando resultados.

Com um plano de reestruturação em andamento, que foi anunciado em fevereiro, a Macy's já confirmou o fechamento de 150 de suas lojas nos próximos três anos como parte de sua nova abordagem para continuar competitiva no mercado em transformação.