Tragédia à vista? Funcionários da fábrica de calçados Coopershoes, localizada em Morada Nova, a 167 km de Fortaleza, denunciam um alarmante surto de doenças gastrointestinais que deixou muitos em estado preocupante. Os relatos incluem sintomas intensos como náuseas, vômitos e diarreias, levando a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local a registrar uma superlotação nunca vista antes.

O secretário da Saúde do município, Luiz Carlos da Silva, confirmou um aumento considerável no número de pacientes atendidos e esclareceu que as vigilâncias sanitárias municipal e estadual estão investigando a causa do surto. Amostras de água e alimentos da fábrica foram coletadas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) para análise detalhada.

"Todos os prontuários estão sendo analisados e aguardamos a resposta do Lacen. Tanto o estado quanto o município estão fornecendo todo o suporte necessário aos funcionários afetados", afirmou Luiz Carlos da Silva, em uma coletiva de imprensa.

Relatos de um dos funcionários, que preferiu permanecer anônimo, indicam que os sintomas começaram a aparecer na noite de quinta-feira, dia 14. "Eu comecei a sentir náuseas e diarreia. Na sexta-feira, a situação piorou e eu não fui à UPA por causa da lotação extrema. Acabei indo ao hospital de Ibicuitinga, e notei que muitos colegas também tinham feito o mesmo", revelou.

Este trabalhador, assim como sua esposa, que também é funcionária, apresentam sintomas idênticos e relatam febre alta e dores de cabeça. Ele mencionou que os grupos de WhatsApp da fábrica estão inundados com relatos de colegas passando pela mesma situação alarmante.

"Todos imaginamos que a causa pode ser a água, pois é a única coisa que todos consumimos lá", ponderou. O funcionário ainda mencionou que havia reclamações recorrentes sobre a qualidade da água, que era descrita como "barrenta e com gosto de cloro".

Outro trabalhador, que igualmente decidiu permanecer no anonimato, confirmou que enfrenta diarreia e fraqueza, dificultando sua alimentação. "Não fui ao pronto-socorro ainda, pois está absurdamente lotado. A situação está caótica!", disse, expressando preocupação.

Além disso, esse funcionário criticou a política da empresa de permitir que cada trabalhador leve apenas uma garrafa PET de 500 ml de água por dia. "Não dá para ficar oito horas na empresa com apenas uma garrafa de água! Depois desse surto, vou pensar duas vezes antes de beber água de lá novamente", desabafou.

A situação já está repercutindo nas redes sociais, levando muitos a questionarem a segurança alimentar e a responsabilidade da empresa. A Coopershoes, a fim de preservar sua reputação, deverá se pronunciar publicamente em breve sobre as medidas que serão tomadas para solucionar esta grave situação. Será que os trabalhadores terão a segurança e o suporte que merecem? Fique atento!