Nesta segunda-feira (21), os futuros das ações norte-americanas enfrentaram uma nova queda, refletindo a incerteza sobre as negociações comerciais globais, além das pressões políticas sobre o Federal Reserve. O Dow Jones Industrial Average recuou 393 pontos, equivalente a 1%, enquanto S&P 500 e Nasdaq-100 também sinalizaram perdas significativas.

As tensões aumentaram quando a China emitiu um alerta claro sobre acordos comerciais que poderiam prejudicar seus interesses. O Ministério do Comércio afirmou que se opõe a qualquer nação que feche acordos neste sentido e prometeu represálias se necessário. Além disso, o governo chinês planeja impor sanções a autoridades dos EUA e ONGs por ações relacionadas a Hong Kong.

O impacto das tarifas mencionadas pelo presidente Trump está começando a se refletir nas previsões econômicas. O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, sugeriu que a economia americana poderia enfrentar uma recessão a partir do verão do hemisfério norte. Jerome Powell, presidente do Fed, reconheceu que estas tarifas complicam o controle da inflação e o estímulo do crescimento econômico.

As preocupações sobre a autonomia do Fed também estão afetando o mercado. Trump recentemente pediu cortes nas taxas de juros e fez insinuações sobre uma possível demissão de Powell, gerando ansiedade entre os investidores.

Adam Crisafulli, da Vital Knowledge, comentou sobre a nova onda de incertezas macroeconômicas, ressaltando que a necessidade de manter a independência do Fed em meio à pressão presidencial é uma preocupação crescente.

A combinação de quedas simultâneas nas ações, na moeda americana e nos títulos do Tesouro sinaliza que a guerra comercial de Trump poderá ter levado a uma fuga de ativos financeiros dos EUA.

Enquanto isso, o índice do dólar caiu mais de 1%, levando os preços do ouro a um novo recorde, com contratos futuros subindo 2,4%, ultrapassando os US$ 3.400 por onça.

Os investidores também aguardam ansiosos os resultados financeiros de mais de 100 empresas do S&P 500 previstos para esta semana, entre elas gigantes como Alphabet e Tesla, assim como a renomada Boeing.