
G20: A Utopia Política que nem Viola Davis Consegue Vender
2025-04-09
Autor: João
Viola Davis: A Protagonista de um Mundo Caótico
Viola Davis é, sem dúvida, uma das atrizes mais talentosas de Hollywood, acumulando prêmios e reconhecimento internacional. Com sua capacidade inigualável de interpretar papéis complexos, ela brilha no novo filme G20, onde incorpora a presidente Sutton, uma líder dedicada a um mundo melhor. Contudo, sua missão de acabar com a fome mundial esbarra em desafios imensos e conflitos de interesses.
Um Roteiro Ambicioso, Mas Deficiente
G20, com roteiro elaborado por renomados autores, inicia sua trama explorando as tensões políticas e pessoais que cercam os líderes mundiais. No entanto, rapidamente se torna evidente que o filme não consegue manter a energia necessária. A relação tensa entre a presidente Sutton e o primeiro-ministro britânico, retratado como um misógino, é um ponto interessante que poderia ter sido melhor explorado.
A Ameaça Global e a Conexão do Público
Quando um veterano traumatizado toma os líderes como reféns, a narrativa promete um confronto intenso. Essa premissa instigante — uma crise global que coloca em xeque a retórica de união das conferências — tem tudo para capturar a atenção do público. Entretanto, ao invés de aprofundar nessas questões, o filme opta por um discurso simplista de reação em vez de ação, desapontando aqueles que esperavam um embate de ideias.
Diretora e Ritmo: Uma Luta Ineficaz
Apesar do talento indiscutível de Davis, G20 não é apenas uma vitrine para sua habilidade. A diretora Patricia Riggen, conhecida por sua experiência em projetos de ação, falha em criar um ritmo coerente, prejudicando o impacto das cenas mais emocionantes. Momentos cruciais de ação são quebrados por tramas secundárias menos interessantes, resultando em uma experiência que se sente desconexa.
A Frustração de uma Fantasia Policial
O filme tenta vender uma utopia política onde os poderosos atuam altruisticamente pelo bem comum, mas isso acaba soando superficial em um mundo repleto de desconfiança e desavenças. A narrativa parece ignorar as realidades políticas que muitos enfrentam, apostando em um final mirabolante que deixa a desejar. O que poderia ter sido uma crítica incisiva ao sistema transforma-se em uma fantasia que falha em ressoar com o público.
Conclusão: Um Despertar Necessário
G20 poderia ter explorado uma visão crítica e reflexiva sobre o papel dos líderes globais na crise atual, mas acaba se perdendo em sua própria narrativa. A força de Viola Davis é inegável, mas o filme falha em aproveitar ao máximo seu magnetismo, resultando em uma produção que não convence sua audiência quanto à possibilidade de uma união genuína entre as nações.