Nação

G20: Europeus Querem Forçar Países em Desenvolvimento a Financiar o Clima

2024-11-16

Autor: Julia

G20 e Pressão sobre os Países em Desenvolvimento

Em um movimento polêmico, países europeus, liderados por França e Alemanha, buscam utilizar a cúpula do G20 para estabelecer a obrigatoriedade de que nações em desenvolvimento contribuam financeiramente para esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Atualmente, segundo o Acordo de Paris, essas contribuições são voluntárias para os países emergentes, enquanto as nações ricas têm essa obrigação definida.

A Oposição dos Países Emergentes

O Brasil, junto a outros países emergentes, firmemente se opõe a essa proposta. Em sua defesa, apontam que os países desenvolvidos não cumpriram o compromisso de aportar US$ 100 bilhões anualmente para o financiamento climático, meta estabelecida em 2015. Essa falta de compromisso gera uma retórica forte entre os emergentes, que reclamam por justiça e responsabilidade no financiamento climático.

Recursos do Banco Mundial e do BID

Além disso, os países desenvolvidos estão tentando incluir recursos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em suas metas de contribuição, o que novamente enfrenta forte resistência. A cobertura desse tema se intensifica na COP29, a reunião global do clima que ocorre até 22 de novembro em Baku, Azerbaijão.

Contexto da Cúpula do G20

A importância da cúpula do G20 se destaca ainda mais com a possibilidade de uma nova administração nos EUA sob Donald Trump, que já anunciou sua intenção de retirar o país do Acordo de Paris. Esta mudança significaria que o G20 poderia se tornar um dos últimos fóruns adequados para discussão de questões climáticas envolvendo tanto países desenvolvidos quanto emergentes.

Histórico de Discussões no G20

Historicamente, durante a participação de Trump em cúpulas anteriores do G20, as discussões chegaram a impasses, culminando em declarações de consenso que muitas vezes excluíam a posição americana, como o parágrafo de dissenso que reiterava o desejo de saída do Acordo de Paris por ser visto como prejudicial aos interesses dos trabalhadores de seu país.

Um Cenário Crítico

Atualmente, o cenário é ainda mais crítico. A saída dos EUA do Acordo de Paris não está mais sujeita ao prazo de três anos que antes existia, permitindo uma aceleração nas decisões. Se Trump se manifestar rapidamente após a posse em 20 de janeiro de 2025, a retirada poderá ocorrer já em janeiro de 2026, logo após a COP30, que será realizada em Belém.

Impacto Global das Negociações

Assim, o impacto dessa negociação se dará não só em nível local, mas pode reverberar no futuro da política climática global, especialmente considerando a necessidade urgente de ações climáticas coordenadas e eficazes.