Gabriel Galípolo Assume o Banco Central com Desafios Imensos
2025-01-02
Autor: Maria
Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central (BC), inicia sua gestão em 2025 sob intensa pressão. Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Galípolo precisará lidar com a expectativa de pelo menos dois aumentos consecutivos na taxa Selic, que já se encontra em 12,25% ao ano. Ele não deverá escapar das críticas, especialmente vindo do próprio Partido dos Trabalhadores (PT).
Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizou que os juros básicos devem aumentar em 1 ponto percentual, em reuniões programadas para janeiro e março. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, já expressou sua insatisfação, afirmando que o Brasil necessita de uma nova abordagem em sua política monetária.
A gestão anterior de Roberto Campos Neto foi marcada por controvérsias, com alegações de que ele teria feito 'terrorismo' para justificar a alta das taxas de juros. Galípolo, no entanto, destacou que as indicações de Lula foram consideráveis nas últimas reuniões do Copom e afirmou que as deliberações não são influenciadas por opiniões nas redes sociais. A transição entre ele e Campos Neto, segundo Galípolo, ocorreu de forma amigável.
Curiosamente, registros mostram que os diretores indicados por Lula apenas se divergiram de Campos Neto em uma ocasião durante as reuniões do Copom. Galípolo participou de 12 encontros, e em 11 desses, manteve a mesma posição de seu predecessor.
Um dos pontos críticos da situação econômica é o elevado juro real, que é a taxa nominal descontando a inflação. Recentes cálculos sugerem que o Brasil poderá ter uma taxa anualizada de 9,48% em um futuro próximo, fazendo com que essa seja a segunda maior taxa do mundo.
As projeções para a Selic mostram uma tendência de que a taxa básica alcance 15,00% em junho de 2025. Após esse período, espera-se que o Banco Central comece a reduzir os juros nas reuniões do segundo semestre, gerando um novo cenário para o mercado financeiro e a economia brasileira.
Galípolo precisará, portanto, encontrar um equilíbrio entre controlar a inflação e responder às demandas tanto do governo quanto do mercado, uma tarefa nada fácil em tempos tão desafiadores.