A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, se pronunciou nesta sexta-feira (27/12) a favor de Janja Lula da Silva, a esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em meio a crescentes críticas sobre os gastos públicos relacionados a uma equipe 'informal' que a acompanha.

Hoffmann ressaltou que os investimentos feitos em Janja são justificados, já que a primeira-dama está comprometida com várias causas sociais, incluindo direitos das mulheres, combate à violência, promoção cultural e direitos dos animais. "Janja é uma cidadã que age de maneira consciente e enfrenta preconceitos e machismo que ainda estão presentes na nossa sociedade", afirmou a deputada.

A presidente do PT sublinhou que o termo "primeira-dama" é antiquado e que, em diversos países, as esposas de líderes desempenham papéis ativos na política e na sociedade. "Desejo à Janja a força necessária para manter seu trabalho ao lado do presidente Lula", completou.

As críticas direcionadas a Janja ganharam força após uma reportagem do jornal Estadão revelar que ela mantém um grupo informal com 12 servidores, que consome aproximadamente R$ 160 mil por mês em salários. Essa equipe inclui profissionais de comunicação, fotógrafos e até mesmo um militar que a auxilia em suas atividades. Até o momento, Janja não possui um cargo oficial na administração do governo.

Em meio a essa controvérsia, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) anunciou que pretende acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar se os gastos da primeira-dama são legais. Ele também planeja envolver o Ministério Público Federal (MPF) para examinar possíveis irregularidades administrativas. "Além de organizar eventos com recursos públicos, Janja está usando servidores para promover sua imagem nas redes sociais, o que pode configurar desvio de função", acusou Ferreira em suas redes sociais.

Essa situação levanta um debate importante sobre a transparência e o uso de recursos públicos no Brasil, especialmente em tempos de graves crises econômicas e sociais. A discussão já movimentou o cenário político, e muitos cidadãos se questionam sobre a real utilidade desses gastos.