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Governo Biden Lança Investigação Surpreendente Sobre Estratégias da China na Indústria Global de Chips

2024-12-23

Autor: Lucas

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta segunda-feira, a abertura de uma investigação comercial intrigante sobre práticas consideradas "anticompetitivas e não comerciais" adotadas pela China para impulsionar sua indústria de semicondutores.

Essa ação ocorre em um momento politicamente delicado, com apenas um mês para o presidente Joe Biden entregar o cargo ao eleito Donald Trump, conhecido por sua postura agressiva contra o governo chinês. Em resposta, Pequim reagiu com veemência, descrevendo a investigação como"protecionista" e afirmando que prejudica especialistas internacionais.

Uma das consequências desta investigação pode ser o aumento das tarifas sobre chips chineses, que são fundamentais para a fabricação de produtos cotidianos, como veículos, eletrodomésticos e equipamentos de telecomunicações. Na verdade, essas peças são tão essenciais para a indústria de eletrônicos que, durante a pandemia, a escassez de semicondutores provocou atrasos significativos na produção de uma variedade de produtos.

Uma Oportunidade para Trump Retomar a Guerra Comercial?

Com a iminente transição de governo, o movimento de Biden poderia permitir que Trump reavivasse a guerra comercial, impondo tarifas que podem chegar à impressionante marca de 60%, como ele havia prometido. O governo Biden deixou claro que a conclusão da investigação caberá à administração republicana.

Além disso, Biden já implementou tarifas de 50% sobre semicondutores chineses que entrarão em vigor no dia 1º de janeiro, e endureceu as exportações de chips altamente avançados, voltados para inteligência artificial, bem como de equipamentos de manufatura para a China.

Pequim não permaneceu em silêncio e, através do seu Ministério do Comércio, declarou que a investigação americana possui "características claras de unilateralidade e protecionismo". O comunicado exigiu que Washington interrompesse suas "más práticas" imediatamente, destacando a tensão crescente entre as duas potências.

Dois Terços dos Produtos dos EUA Dependem de Chips Chineses

De acordo com a Representante Comercial dos EUA, Katherine Tai, a investigação revelou evidências de que a China está mirando sua indústria de semicondutores com intenções de dominá-la globalmente. Isso se assemelha a estratégias anteriores na indústria do aço, alumínio, painéis solares e outros setores críticos. Tai expressou preocupações de que estas práticas favoreçam grandes empresas chinesas com chips artificialmente mais baratos, prejudicando a concorrência no mercado americano.

Curiosamente, dados do Departamento de Comércio dos EUA indicam que aproximadamente dois terços dos produtos comercializados no país utilizam chips produzidos na China, e isso não se limita a produtos de consumo. Algumas empresas americanas do setor de defesa, impressionantemente, desconhecem a origem de seus semicondutores, o que foi classificado como "alarmante" pelo governo.

''Práticas Desleais'' Abaixo do Radar

A Casa Branca enfatizou que este movimento é vital para proteger trabalhadores e empresas americanas de práticas comerciais desleais. No comunicado oficial, é mencionado que a China frequentemente utiliza políticas não baseadas no mercado e estratégias de direcionamento industrial, prejudicando a concorrência e criando dependências perigosas nas cadeias de suprimento de semicondutores.

A partir de 6 de janeiro, o governo dos EUA vai aceitar comentários do público sobre a investigação, com uma audiência programada para os dias 11 e 12 de março, prometendo um acompanhamento necessário deste importante assunto econômico.

Esta investigação será realizada sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, a mesma que Trump usou para aplicar tarifas de até 25% sobre importações chinesas de cerca de US$ 370 bilhões, desencadeando uma guerra comercial que durou quase três anos.

Se Trump reassumir o poder, a investigação terá que ser encerrada dentro de um ano após seu início. O que será que está reservado para o futuro das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo?