Governo Brasileiro Planeja Leilão de R$ 106,42 Bilhões em Transportes para 2025
2025-01-03
Autor: Julia
Introdução
Em uma iniciativa audaciosa, o governo federal brasileiro planeja realizar pelo menos 87 concessões no setor de infraestrutura de transportes ao longo de 2025, com investimentos que podem alcançar impressionantes R$ 106,42 bilhões. Um dos pontos mais relevantes dessa proposta é o foco nas repactuações de contratos antigos, que estão sendo renegociados entre as empresas concessionárias e o governo.
Setor Rodoviário
O setor rodoviário continuará a ser o grande protagonista, esperando-se que o Ministério dos Transportes confirme sete repactuações de concessões de estradas federais que, se bem-sucedidas, somarão R$ 60,32 bilhões. Esses contratos já estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU).
Além disso, o governo desponta com um projeto para a oferta de novos trechos rodoviários, envolvendo oito estradas atualmente sob a gestão federal, com investimentos previstos de R$ 34,16 bilhões. Essa movimentação visa repassar a gestão para a iniciativa privada.
Setor Portuário
No setor portuário, o Ministério de Portos e Aeroportos tem como meta realizar 21 concessões de terminais neste ano, com R$ 8,54 bilhões direcionados para esses investimentos. Além disso, a concessão de 51 terminais de pequeno porte a concessionárias já responsáveis pelos grandes aeroportos brasileiros está na agenda, com um montante adicional de R$ 3,4 bilhões.
Desafios no Setor Ferroviário
Por outro lado, o setor ferroviário está iniciando 2025 em uma posição desafiadora, com as negociações de repactuação com as concessionárias atuais indo mais devagar do que o esperado. O ministro dos Transportes, Renan Filho, assegura que haverá leilões de ferrovias, mas ainda não há uma agenda definida.
Expectativas do Ministro
"Na área de rodovias, esperamos realizar 15 concessões, que incluem novos leilões e repactuações. A repactuação é essencial, pois muitas obras ficaram paradas. Ao resolver esses problemas históricos, podemos garantir que os novos projetos avancem para o futuro, oferecendo transparência e competitividade", comentou Renan Filho.
Destaque no Setor Portuário
Dos olhos voltados para o setor portuário, destaque para o terminal STS10 no porto de Santos (SP), cuja previsão de investimento ultrapassa R$ 4 bilhões. Este leilão promete ser um marco, potencialmente o maior já realizado no setor, e as expectativas são altas, com o ministro Silvio Costa Filho destacando que 2025 pode ser o ano mais forte para concessões portuárias na história do Brasil.
Cenário Macroeconômico
Entretanto, o cenário macroeconômico pode trazer obstáculos, com a alta das taxas de juros levando investidores a buscar rendimentos mais altos. "O ambiente de juros altos é um fator a ser monitorado, pois pode impactar tanto concessões em andamento quanto aquelas em fase de estruturação. Esse efeito pode pressionar o governo a oferecer taxas de retorno mais atrativas para atrair investimentos", comentou Isadora Cohen, da ICO Consultoria.
Repactuações de Rodovias
Entre as repactuações de rodovias, estão previsões de contratos importantes, como Eco101 (BR-101/ES), CCR MSVia (BR-163/MS) e Via Bahia (BRs 116 e 324/BA), além de novos trechos significativos como a BR-364, entre Porto Velho e Vilhena (RO).
Programa AmpliAR
O programa "AmpliAR", que visa modernizar aeroportos regionais, ainda gera ceticismo entre especialistas, principalmente quanto ao potencial interesse do setor privado em se envolver. A situação traz à tona a necessidade de promover investimentos em regiões com déficit de infraestrutura, como a Amazônia Legal e o Nordeste.
Perspectivas de Investimentos
Apesar das inseguranças em torno da economia, especialistas acreditam que as concessões, com contratos que podem se estender por até 30 anos, continuam a atrair investimentos, uma vez que permitem que investidores planejem a longo prazo.
"Apesar dos desafios, como a taxa de juros, há um foco no potencial de retorno a longo prazo que faz esse mercado ser atraente", finalizou Isadora. Em resumo, o ano de 2025 promete ser um marco no setor de transportes no Brasil, mas requer cautela e adaptações às condições econômicas em evolução.