Em uma recente estimativa divulgada pela Secretaria do Tesouro Nacional, ficou claro que as contas do governo brasileiro devem permanecer no vermelho até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Isso ocorrerá mesmo com a implementação de novos aumentos de impostos, considerados essenciais para alcançar as metas fiscais estabelecidas.

As projeções, que vieram à tona com um atraso significativo, mercado uma alerta para a situação econômica do país. O governo ainda não conseguiu aprovar várias medidas que poderiam aumentar a arrecadação, como o aumento da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e dos Juros sobre Capital Próprio, além de outras compensações relacionadas à desoneração da folha de salários.

Os números são alarmantes: a previsão de arrecadação para 2025 é de R$ 168,24 bilhões, mas o governo admite que será necessário adotar "medidas adicionais" para atingir as metas fiscais, que incluem atingir 0,25% do PIB em 2026 e 0,5% em 2027.

A Secretaria do Tesouro Nacional também projeta que, se tudo correr conforme o planejado, o equilíbrio das contas do governo só deverá ocorrer em 2027, o que significa que as dificuldades financeiras ainda persistirão após o fechamento do atual mandato de Lula.

Muitas incertezas cercam o cenário econômico. Com um crescimento real médio do PIB estimado em apenas 2,7% ao ano entre 2024 e 2034, os desafios são enormes. A expectativa é que a dívida bruta do setor público chegue a 81,8% do PIB em 2027, um aumento significativo desde os 71,7% do PIB em 2022.

O endividamento público tem sido uma preocupação central, uma vez que uma relação alta entre dívida e PIB é sinal de risco com os investidores, podendo afetar a capacidade do país de honrar compromissos financeiros nas crises. Essa situação preocupa o mercado, que já projeta que, sem novas medidas eficazes, a dívida pode atingir 93,1% do PIB em 2033 — um nível alarmante, comparável ao de muitos países europeus.

Diante dessas dificuldades, o governo Federal anunciou um pacote de cortes que inclui a limitação do salário mínimo e uma significativa redução nos recursos destinados à educação. A justificativa para essas medidas é a necessidade de manter o déficit sob controle e garantir a sustentabilidade fiscal do país.

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