Na noite desta quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento em rede nacional para anunciar um pacote de medidas que pode chegar a R$ 70 bilhões em cortes de gastos nos próximos dois anos.

Durante seu pronunciamento, Haddad fornecerá uma visão geral das iniciativas, embora os detalhes específicos sejam divulgados em uma coletiva de imprensa no dia seguinte. Entre as mudanças mais controversas estão as limitações no reajuste do salário mínimo e no abono salarial.

O reajuste do salário mínimo terá um limite de 2,5% ao ano, além da inflação, o que significa que se o Produto Interno Bruto (PIB) crescer mais rapidamente, os trabalhadores podem receber aumentos menores do que eram esperados. Essa proposta pode gerar descontentamento entre os eleitores que apostam em um aumento mais significativo.

Outra mudança polêmica é a nova regra para o abono salarial, um pagamento adicional que beneficia trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. O governo pretende restringir esse benefício para quem recebe até R$ 2.640, em vez dos atuais R$ 2.824. Além disso, a proposta sugere que, em um futuro próximo, o abono será concedido apenas a quem ganha até um salário mínimo e meio.

Em resposta às críticas e para mitigar o impacto negativo de tais medidas, Lula ordenou que fossem incluídas compensações, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil. Essa isenção foi uma das promessas centrais de sua campanha, embora a implementação tenha encontrado diversos obstáculos. O corte na arrecadação pública com essa medida pode variar de R$ 35 bilhões a R$ 50 bilhões.

Para equilibrar as contas públicas, o governo deve propor um aumento de impostos para aqueles que recebem acima de R$ 50 mil por mês, especificamente sobre lucros e dividendos, embora detalhes sobre essa taxação ainda não tenham sido divulgados.

A necessidade de combater fraudes nos programas de assistência social, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), também será um ponto destacado por Haddad. O governo pretende solicitar que os beneficiários atualizem seus cadastros, especialmente se não o fizeram nos últimos dois anos.

Além disso, o ministro abordará mudanças nas regras de aposentadoria dos militares, incluindo a implementação de uma idade mínima de 55 anos e medidas para evitar aposentadorias fictícias, onde familiares de militares expulsos recebem pensões indevidas.

Por fim, Haddad também tratará do fechamento das brechas que permitem supersalários no serviço público, integrando esse tema em um conjunto abrangente de propostas que será enviado ao Congresso. O pacote pode envolver uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), um Projeto de Lei Complementar (PLP), entre outros projetos.

Prepare-se para um debate intenso nos próximos dias – as ações do governo prometem influenciar diretamente a vida de milhões de brasileiros!