
Governo Trump Planeja Interferência Direta na Justiça Brasileira com Sanções Polêmicas
2025-03-25
Autor: Gabriel
O que está realmente em jogo não é apenas a proteção de Bolsonaro diante de uma possível prisão, mas sim deslegitimar a Justiça brasileira e, consequentemente, influenciar o processo eleitoral de 2026 no Brasil.
O governo americano, sob a liderança de Donald Trump, está considerando traçar paralelos entre a suposta perseguição judicial que Trump sofreu nos EUA e o cenário atual de Bolsonaro. Vale lembrar que Trump é o primeiro presidente na história americana a assumir o cargo após ser condenado criminalmente.
Nesse contexto, Washington está estudando a possibilidade de afirmar que Bolsonaro também é um alvo de "perseguição", ignorando as evidências contra ele e a estrutura do Estado de direito brasileiro. Essa narrativa busca confundir a opinião pública e gerar simpatia internacional ao ex-presidente.
Há pelo menos três possíveis ações retaliatórias que o governo dos EUA poderia implementar. A primeira seria a inclusão de Alexandre de Moraes e outros envolvidos em um eventual processo judicial contra Bolsonaro em uma lista de proibição de entrada nos Estados Unidos.
A segunda alternativa seria o confisco de bens de cidadãos brasileiros envolvidos em ações contra o ex-presidente que estejam localizados no território americano. O objetivo é dificultar a circulação de bens e a liberdade financeira desses indivíduos.
Uma terceira e mais intensa medida em discussão seria alertar instituições financeiras globalmente quanto a qualquer relação comercial com Moraes, forçando-as a escolher entre manter o brasileiro como cliente ou enfrentar restrições severas nos negócios com os EUA.
Para fortalecer esta estratégia, o governo americano considera como a atuação de Moraes nas redes sociais pode ser retratada como um suposto instrumento de repressão, distorcendo o conceito de liberdade de expressão. Uma ideia em análise é usar essas redes como "prova" da alegada "censura" imposta pelo STF.
No passado mês, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um alerta direcionado ao Brasil, sugerindo que ações retaliatórias poderiam estar sendo discutidas. Especialistas em direito consultados pelo UOL nos EUA argumentam que essa ofensiva carece de respaldo no direito internacional e representa uma interferência inaceitável nos assuntos internos de outro país, indicando uma violação da soberania brasileira.
Desde que assumiu, Trump tem adotado uma postura marcada por ações unilaterais, sempre que considera que os interesses dos EUA estão em jogo. Recentemente, por exemplo, a Casa Branca estabeleceu sanções contra Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina, em uma atitude que demonstra a disposição de Trump de intervir diretamente em questões políticas de outros países sem considerar os limites da diplomacia.
Além disso, em uma ação controversa, o governo Trump impôs restrições ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, devido à sua política de reforma agrária, e também ameaçou o Panamá em resposta a suas relações com a China. O que mais sabemos que está por trás dessas ações? Os efeitos dessas decisões podem ter repercussões significativas não apenas na política interna de cada país, mas também nas relações internacionais.