
Governo Trump usa leis de guerra para tentar deportar imigrantes, mas enfrenta resistência judicial
2025-03-23
Autor: Matheus
Um dos maiores embates do governo Trump em relação à imigração acontece agora, em 2025. Autoridades defendem o uso de "poderes extraordinários de guerra" para deportar imigrantes venezuelanos, mesmo após um juiz bloquear essa medida polêmica e a Venezuela negar que os deportados fossem membros de gangues.
O governo americano invocou a Alien Enemies Act de 1798, uma legislação que remonta a tempos de guerra, para justificar a deportação, alegando que os imigrantes estariam envolvidos em atividades violentas e enviando recursos financeiros para a Venezuela. A secretária de Justiça Pam Bondi, durante uma entrevista ao programa "Sunday Morning Futures", afirmou: "Estamos em uma guerra moderna e, a cada passo, buscaremos proteger os cidadãos americanos."
No último fim de semana, Trump deportou 137 venezuelanos para El Salvador, alegando que eles eram membros da notória gangue Tren de Aragua e apresentavam risco à segurança nacional. No entanto, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, contestou a alegação, afirmando que nenhum dos deportados estava associado a essa gangue, que já foi rotulada como terrorista por Washington.
Mike Waltz, assessor de segurança nacional da Casa Branca, ainda acrescentou que o Tren de Aragua atua como representante do governo de Nicolás Maduro, sem apresentar evidências concretas. Ele declarou que Maduro estaria esvaziando as prisões com o objetivo de lançar um ataque contra os Estados Unidos.
A situação se intensifica, pois o juiz distrital James Boasberg continua a investigar se o governo Trump violou sua ordem de suspender temporariamente a utilização da Alien Enemies Act para deportações. O governo tem prazo até 25 de março para responder a questionamentos sobre os detalhes dessas deportações.
Juristas alertam que essa situação pode ser uma escalada na tensão entre o presidente Donald Trump e o sistema judiciário, levantando preocupações sobre uma possível crise constitucional. Tom Homan, czar da fronteira de Trump, afirmou em programa de TV que a administração continuará a prender imigrantes considerados ameaças à segurança pública e nacional.
Além disso, vale destacar que, recentemente, os EUA revogaram o status legal temporário de 530 mil imigrantes provenientes de Cuba, Venezuela, Nicarágua e Haiti, complicando ainda mais a situação dos refugiados que já buscam segurança em solo americano. Essas medidas acendem o alerta em diversos setores da sociedade, que se preocupam com as consequências para milhares de vidas.