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Guerra na Ucrânia: Putin Lança a Maior Convocação Militar da Rússia em Mais de uma Década

2025-04-01

Autor: Julia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou a convocação de 160 mil homens com idades entre 18 e 30 anos, marcando a maior mobilização militar do país desde 2011. Esta convocação para um ano de serviço militar surge após a decisão de aumentar o contingente militar para cerca de 2,39 milhões de oficiais e elevar o número de soldados ativos para 1,5 milhão.

Este aumento inclui 180 mil novos oficiais nos próximos três anos e sinaliza um estado de alerta máximo em relação à situação na Ucrânia. Embora o vice-almirante Vladimir Tsimlyansky tenha declarado que os novos recrutas não serão enviados para os combates na Ucrânia — onde a Rússia está envolvida numa chamada "operação militar especial" — há relatos de que, em fases anteriores do conflito, recrutas foram enviados e alguns acabaram perdendo suas vidas.

O recrutamento atual se estenderá até julho e ocorre apesar de tentativas dos Estados Unidos de facilitar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia. Enquanto isso, a violência persiste. Recentemente, a Ucrânia relatou que um ataque russo a uma instalação elétrica em Kherson deixou 45 mil pessoas sem energia. A Rússia, por sua vez, notificou ter capturado a aldeia de Rozlyiv na região de Donetsk.

A convocação de 160 mil jovens nesta primavera envolve 10 mil soldados a mais em comparação ao recrutamento do mesmo período em 2024. Essa elevação do número de recrutas está associada ao aumento da idade máxima para recrutamento, que foi elevada de 27 para 30 anos. Além disso, os jovens convocados agora também receberão notificação através do site de serviços públicos Gosuslugi, além das tradicionais cartas de convocação.

Diferente dos recrutamentos semestrais anteriores, a Rússia ampliou seu esforço de mobilização, incluindo um grande número de militares contratados e até mesmo milhares de soldados da Coreia do Norte. Este movimento, segundo analistas, é uma resposta às significativas perdas russas no conflito, que já ultrapassam 100 mil, conforme verificado por instituições como a BBC e o portal Mediazona, embora o número real de baixas possa ser muito maior.

Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin já ampliou o contingente das Forças Armadas por três vezes, ressaltando especialmente a percepção de ameaças crescentes devido à guerra e à expansão contínua da OTAN. Recentemente, a OTAN se expandiu ao incluir Finlândia e Suécia na aliança, reflexo direto das tensões geradas pela invasão russa. A Finlândia, que possui a maior fronteira da OTAN com a Rússia, de 1.343 km, anunciou que planeja retirar-se da convenção de Ottawa, que proíbe o uso de minas antipessoais. Essa decisão foi apoiada por outros países, como Polônia e Estados bálticos, em resposta às ameaças militares da Rússia. Essa mobilização geral e aquisições estratégicas sinalizam um tempo de incerteza e potencial escalada de conflitos na região.