A polícia civil do Rio Grande do Sul lançou, nesta quarta-feira, a Operação Namastê, investigando Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, líder da comunidade alternativa Osho Rachana, em Viamão. O grupo ainda não se pronunciou sobre as alegações.

A investigação se iniciou após denúncias de ex-integrantes da comunidade que denunciaram uma série de ilegalidades, incluindo agressões físicas e verbais. A delegada Jeiselaure de Souza informou que os crimes configuram uma verdadeira tortura psicológica, além de estelionato e curandeirismo, oferecendo terapias alternativas prometendo curas.

Entre as práticas da comunidade, surgiram denúncias chocantes envolvendo a exposição de crianças a atos sexuais, além de pacotes de imersão que custavam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Aqueles que decidissem morar na comunidade pagavam mensalidades e se envolviam na venda de produtos, supostamente para beneficiar a comunidade, mas que na verdade eram direcionados para o lucro pessoal de Adir.

Após a pandemia, o líder começou a pressionar os membros a tomarem empréstimos bancários de alto valor em benefício do grupo. No entanto, esses fundos foram supostamente utilizados por Adir para financiar viagens luxuosas e investimentos pessoais, resultando em um desvio estimado em R$ 20 milhões. A comunidade, por outro lado, ficou endividada em R$ 4 milhões devido às dívidas geradas durante a pandemia.

Adir Aliatti utilizou informações coletadas durante as terapias para coagir as vítimas a contribuírem financeiramente, e as que não obedeciam eram submetidas a humilhações e até agressões físicas em público. Esse caso, que revela uma trama de abuso e manipulação emocional, levanta sérias questões sobre a vulnerabilidade de pessoas em busca de ajuda e cura em comunidades alternativas.