Haddad: Brasil poderia estar em melhor situação se a mídia não sabotasse
2024-11-17
Autor: Carolina
Em um pronunciamento contundente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expôs suas preocupações sobre como a cobertura da mídia pode prejudicar a imagem e as ações do governo Lula. Durante uma coletiva de imprensa que se seguiu a um encontro com o presidente Lula, Haddad afirmou que o país estaria muito melhor se a imprensa não estivesse constantemente exigindo cortes em programas sociais essenciais.
A fala de Haddad surge em um momento delicado, em que o governo tenta pressionar o Congresso para aprovar a Medida Provisória 1.202 de 2023, que propõe a desoneração da folha salarial de 17 setores. A medida visa restaurar a equidade fiscal, exigindo que empresários, incluindo aqueles que atuam na mídia, façam sua parte contribuindo para a Previdência Social.
Em meio à forte pressão de vários congressistas, que também se beneficiavam dessa desoneração, Haddad divulgou dados alarmantes sobre a enorme quantia de dinheiro que o governo abriu mão em subsídios para empresas desde o início do ano, totalizando R$ 97,7 bilhões. Este cenário gerou um descontentamento significativo em relação às exigências de cortes em benefícios sociais como o salário mínimo e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Haddad fez um apelo à mídia, ressaltando que, caso as empresas de comunicação decidissem contribuir mais com o pagamento de tributos justos, muitos dos problemas fiscais atuais poderiam ser mitigados. "Se a imprensa, que é beneficiada com a desoneração, entender a importância de acreditar no Brasil e voltar a pagar suas obrigações, não estaríamos enfrentando essas dificuldades", disse ele.
O ministro alertou que essa situação é resultado de uma falta de consciência coletiva, onde alguns setores da mídia optam por se beneficiar em detrimento do bem-estar geral da população. Chamou a atenção para a necessidade de a imprensa reconsiderar sua postura e priorizar os interesses da sociedade em vez de interesses particulares ou corporativos.
O tom da coletiva foi firme, com Haddad enfatizando que a responsabilidade fiscal deve ser uma preocupação compartilhada. A pressão pelas reformas fiscais continua, e ele reafirmou que medidas para conter os subsídios, especialmente no setor da mídia, serão necessárias para garantir um futuro econômico estável.
Ainda, ele lembrou que a confiança nas instituições brasileiras, como a Receita Federal, é crucial. "Essas instituições estão aqui para proteger o patrimônio público, e não para beneficiar um grupo específico. A preocupação deve ser com o bem comum, e não com a defesa de interesses particulares", ressaltou.
Os desafios atuais enfrentados pelo governo Lula revelam a fragilidade da situação fiscal e a responsabilidade coletiva que cada setor da sociedade tem em contribuir para um Brasil mais forte e justo. As declarações de Haddad podem marcar uma nova fase de confrontos entre o governo e a mídia, que alega atuar em defesa do interesse público, mas que, segundo o ministro, precisa reavaliar suas práticas e prioridades.