Tecnologia

Halterofilista Paralímpico Inova com Dispositivo de IA para Auxiliar Cadeirantes

2025-01-06

Autor: Maria

Bruno Carra é um exemplo inspirador de superação e inovação. Dividindo seu tempo entre as competições de halterofilismo e o mestrado em tecnologia da computação, ele encontrou uma maneira de juntar sua paixão pelo esporte paralímpico com sua vocação acadêmica. Ele está desenvolvendo um dispositivo de Inteligência Artificial (IA) que promete revolucionar a vida de pessoas cadeirantes, detectando quedas e acionando emergências quando necessário.

"Minha pesquisa utiliza dados de cadeirantes para criar um modelo de IA que possa ter um grande impacto na vida deles. A ideia é que seja um smartwatch acessível a qualquer um, que detecte anomalias e permita que acionemos serviços de emergência ou contatos de confiança", explicou Bruno.

Portador de acondroplasia, uma condição que resulta em nanismo, Bruno começou a sua trajetória no halterofilismo em 2009. Com forte conexão ao meio, ele se destaca em uma modalidade com alta representatividade de atletas com deficiência. "Convivo diariamente com muitas pessoas com deficiência e isso moldou a minha visão sobre a inclusão e a necessidade de tecnologia assistiva", declarou.

O projeto de Bruno é fruto de uma parceria de pesquisa entre a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Samsung, voltada para inovações em saúde e bem-estar. "Pretendemos não apenas detectar quedas, mas também desenvolver outras funcionalidades relevantes para ajudar na autonomia e segurança dos cadeirantes", acrescentou.

Bruno possui um histórico notável. Ele se formou em engenharia da computação em 2014, mas deixou a carreira para focar nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, o que o afastou temporariamente dos estudos. Ele voltou a se dedicar ao mestrado em 2021, mostrando que é possível equilibrar esportes de alto rendimento com a vida acadêmica.

Desde jovem, Bruno superou desafios físicos significativos. Na infância, ele enfrentou dores constantes, mas foi em sua busca por uma vida melhor que encontrou no esporte uma maneira de transformar sua realidade. Inicialmente, esteve envolvido com a natação, mas logo se aventurou em uma academia, em segredo, devido às recomendações médicas que não apoiavam a prática de exercícios de carga. "As dores foram diminuindo e a minha força física ganhando forma", relembra.

O halterofilismo, que Bruno descobriu ao treinar com amigos e participar de competições, se tornou um grande amor. Ele coleciona conquista após conquista, incluindo medalhas de ouro no Parapan de Santiago em 2023 e Lima em 2019, além de pratas em campeonatos mundiais. Participou das Paralimpíadas de Londres, Rio e Tóquio e tem seus olhos fixos na meta de competir novamente em Paris, e seguir para Los Angeles em 2028.

"Muitas pessoas não têm noção do quanto é difícil chegar até aqui. A preparação começa muitos anos antes, e o próximo ano será crucial com o Mundial e outros eventos internacionais nos quais focaremos para garantir nosso lugar", concluiu Bruno, que continua a inspirar a todos com sua trajetória de vida e inovações tecnológicas.