
Hapvida Registra a Melhor Sinistralidade da Sua História, Mas Enfrenta Desafios com Depósitos Judiciais
2025-03-19
Autor: Lucas
A Hapvida surpreendeu o mercado com a divulgação de seus resultados do quarto trimestre, apresentando uma queda significativa na sinistralidade, que atingiu 67,9%. Essa marca é histórica, segundo o CEO Jorge Pinheiro, que destacou que pela primeira vez a companhia ultrapassou a barreira de 68% nesse indicador desde sua fusão com a NotreDame Intermédica. Em 2023, a sinistralidade do ano ficou em 69,2%, o que também representa uma nova marca recorde para a empresa.
Entretanto, apesar das boas notícias, a Hapvida ainda enfrenta sérios desafios. A companhia informou que os depósitos judiciais, que têm se tornado uma preocupação crescente entre investidores, não mostraram sinal de melhora. No quarto trimestre, foram registrados R$ 204 milhões em novos depósitos líquidos, resultando em uma continuidade na judicialização de temas ligados às coberturas dos planos e tratamentos.
No âmbito financeiro, a Hapvida anunciou um ganho relevante de R$ 470 milhões decorrente de um acordo com o Governo Federal, que permitiu a renegociação de passivos com o SUS e multas da ANS. Esse valor impactou positivamente o EBITDA da companhia, que alcançou R$ 1,06 bilhão, com uma margem de 13,4% — um aumento significativo em relação aos 10,3% do trimestre anterior.
Vale destacar que a companhia também está revisando sua estrutura contábil, resultado de um trabalho minucioso na integração realizada desde a fusão. O CFO Luccas Adib mencionou que os ajustes feitos nos balanços de 2016 a 2023 geraram um impacto negativo acumulado de R$ 200 milhões, representando menos de 0,4% do patrimônio líquido da empresa, mas sem efeito caixa imediato.
Além disso, a mistura de desafios e conquistas não se limita apenas à sinistralidade e à judicialização. A Hapvida também registrou uma adição líquida de 20 mil vidas no trimestre, um resultado superior às expectativas do mercado. No entanto, a alavancagem da empresa subiu ligeiramente, passando de 0,97x EBITDA para 1,06x, em meio a um fluxo de caixa livre positivo de R$ 128 milhões, que se viu pressionado por gastos com recompra de ações.
Analistas de mercado continuam atentos à dinâmica dos depósitos judiciais, que se tornaram um tema recorrente nas discussões sobre a performance da Hapvida. Segundo um relatório do Citi, essa questão terá grande influência nos resultados futuros da empresa e na movimentação de suas ações.
Em conclusão, o CEO Jorge Pinheiro revelou que este resultado marca o fim do processo de integração da GNDI, e que a empresa agora se prepara para uma nova fase em 2025, focada em ampliar e qualificar sua rede própria, além de investir em tecnologia com iniciativas que envolvem inteligência artificial e automação. Acompanhar esses movimentos será crucial para entender como a Hapvida navegará por um cenário que ainda apresenta desafios significativos, mas que também promete oportunidades para crescimento e inovação.