
Homem processa plataforma após R$ 169 mil serem bloqueados no jogo do Tigrinho
2025-03-23
Autor: Julia
Um homem decidiu levar a justiça após acumular R$ 169.002,70 na plataforma de jogo on-line conhecida como "jogo do Tigrinho", mas ter o seu saque completamente bloqueado. Frustrado, ele ajuizou uma ação judicial exigindo reparação por danos sofridos.
Apesar de ter atingido esse valor expressivo no ambiente virtual, a plataforma se recusou a liberar o montante, alegando que o jogador precisaria fazer um novo depósito para alterar sua categoria. Somente após essa alteração, seria possível efetuar o saque do valor.
A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPE/DF) destacou que há várias reclamações semelhantes de usuários, que foram reunidas em sites especializados, evidenciando um padrão de conduta das empresas responsáveis pelo jogo, que aparentemente atraem apostadores com promessas de saques em dinheiro. Quando esses usuários tentam realizar tais saques, acabam enfrentando bloqueios por razões obscuras.
Mesmo após cumprirem com as exigências, como a realização de novas transferências via PIX, muitos continuam com seus valores retidos sem justificativa. A DPE argumenta que existe uma clara relação de consumo entre o jogador e a plataforma, o que faz com que a responsabilidade da empresa por danos sejam indiscutíveis, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC). Assim, o direito à reparação independe da prova de culpa.
O defensor público Antônio Carlos Cintra também alertou sobre a evolução do "jogo do Tigrinho", que anteriormente anunciava lucros fáceis, mas agora parece ter se transformado em um meio de fraudes.
"A publicidade é toda direcionada para a promessa de lucros financeiros, sem qualquer tipo de limitador. Logo, observamos a imposição de bloqueios arbitrários e objeções que não foram claramente anunciadas. Essas plataformas parecem operar de maneira fraudulenta para garantir novos depósitos e, como resultado, mantêm os usuários subjugados a uma esperança vã de conseguir realizar os saques prometidos”, afirmou Cintra.
Esse caso levanta sérias questões sobre a legalidade e a ética das plataformas de jogos online, e muitos jogadores estão se perguntando: até que ponto é seguro jogar nessas plataformas? E o que fazer quando o dinheiro que deveria ser seu se transforma em uma ilusão? O desfecho deste processo poderá estabelecer precedentes importantes na proteção dos direitos dos consumidores no mundo digital.