A movimentação do dia nos mercados trouxe alívio aos investidores, com o Ibovespa fechando em alta de 0,92%, alcançando os 124.698,04 pontos, após três quedas consecutivas. O que impulsionou essa recuperação foi a expectativa em torno da votação do pacote fiscal no Congresso.

Na manhã desta terça-feira, o Banco Central apresentou a ata da última reunião do Copom, que havia decidido por um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, projetando novas altas semelhantes para os próximos encontros. Essa decisão gerou preocupações sobre a performance econômica e as expectativas de inflação, como apontaram economistas do mercado.

A principal preocupação é que a política monetária contracionista pode não ser suficiente para controlar a inflação, que continua a desafiar as expectativas do governo. A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, destacou que a expansão fiscal tem imunizado os efeitos da política monetária, destacando a necessidade de uma credibilidade restaurada no ajuste fiscal para que o processo de desinflação avance adequadamente.

O grande momento da sessão veio à tarde, quando foi anunciada a votação do pacote fiscal pela Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que a votação aconteceria, embora não garantisse a aprovação imediata. O mercado aguardou ansiosamente por essa movimentação, e o Ibovespa ganhou fôlego, atingindo uma alta de 1,4% logo após o anúncio.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentou volatilidade significativa, começando o dia em alta de 0,25%, alcançando R$ 6,20, antes de recuar um pouco e fechar praticamente estável, valendo R$ 6,096. O Banco Central também participou da intervenção no câmbio, realizando leilões para suavizar a pressão sobre a moeda.

Em Wall Street, os principais índices acompanharam uma tendência de queda, aguardando a decisão do Federal Reserve sobre os juros, com investidores em cautela diante de indicadores econômicos mistos nos EUA, incluindo uma queda na produção industrial.

Entre as ações no Brasil, a Vale e a Petrobras registraram altas, enquanto a Hapvida foi a grande perdedora do dia, despencando 10% após novas regulamentações propostas pela ANS para os planos de saúde, que alarmaram os investidores quanto ao impacto potencial nos lucros da empresa.

O clima no mercado permanece tenso com a probabilidade de a aprovação do pacote fiscal gerar um impacto positivo nas expectativas futuras, mas, por enquanto, os investidores ainda estão com um olhar cauteloso sobre o que vem pela frente no cenário econômico do Brasil.