Negócios

Ibovespa sofre queda acentuada em outubro, enquanto a Petrobras se beneficia do petróleo em meio a incertezas

2024-10-03

Ibovespa despenca 1,38% em outubro

Hoje, o Ibovespa enfrentou sua primeira queda em outubro, despencando 1,38%, fechando a 131.671,51 pontos. Essa baixa se traduz em 1.843,43 pontos, marcando o maior recuo do índice em duas semanas. O dólar comercial também sofreu impacto, subindo 0,54%, alcançando R$ 5,47, embora tenha chegado a R$ 5,51 durante o dia. As taxas dos DIs (juros futuros) aumentaram por toda a curva.

Mudanças no sentimento dos investidores

A euforia que tomou conta dos investidores na terça-feira, após a Moody's ter elevado a classificação de crédito do Brasil, deu lugar a uma sensação de 'ressaca'. Apesar do reconhecimento da melhoria, as preocupações relacionadas às finanças públicas do país ressoam no mercado, com foco na criação de despesas permanentes que são lastreadas em receitas temporárias. De acordo com analistas, o Brasil pode estar perdendo uma oportunidade crucial para estabilizar sua economia devido a questões fiscais.

Expectativa de juros futuros

"Mesmo após a elevação do rating, os investidores continuam a exigir prêmios maiores para alocar capital no Brasil, o que pressionará as curvas futuras de juros", aponta Anderson Silva, especialista em mercado de capitais.

Desafios no cenário econômico global

No cenário econômico global, os problemas se agravam com a crescente greve de estivadores nos Estados Unidos, a mais extensa em quase cinquenta anos, que já começou a afetar as cadeias de suprimentos. Um alerta foi feito pelo presidente do Federal Reserve de Chicago, indicando a possibilidade de aumentos nos preços devido a problemas na logística.

Impacto nas bolsas de Nova York

Enquanto isso, os principais índices em Nova York também caíram, com atenção voltada para o relatório de empregos que será divulgado amanhã. As tensões no Oriente Médio, que já geraram um salto de mais de 5% nos preços do petróleo, continuam influenciando o mercado.

Petrobras se destaca entre quedas

Mesmo em um dia ruim para a Bolsa, a Petrobras se destacou, com suas ações subindo 1,23%, um reflexo da alta nas cotações do petróleo. Entretanto, o impacto positivo da commodity não foi suficiente para reverter a queda do índice, que viu outras ações, como Vale (VALE3), recuarem 1,92%, contribuindo significativamente para o declínio.

Correções no setor bancário

Os bancos também passaram por uma forte correção: BB (BBAS3) caiu 0,92%, Bradesco (BBDC4) 1,05%, Itaú Unibanco (ITUB4) 2,46% e Santander (SANB11) 2,30%. A B3 (B3SA3) não ficou imune, recuando 2,01%. Apesar das más notícias, o governo anunciou uma redução no déficit primário, que chegou a R$ 22,404 bilhões, melhor do que em anos anteriores, mas ainda assim insuficiente para animar o mercado.

Expectativas para o futuro

A tensão em vários setores é palpável, e a próxima semana promete ser repleta de desafios, com a expectativa de recuperação fiscal e independência econômica sendo questionadas. Todos os olhos estarão voltados para o payroll dos EUA, que pode trazer novos ramos de incerteza ao mercado. Setembro já se despediu, e outubro inicia com uma ressaca que pode ser difícil de sanar.