O dia começou com o Ibovespa se movimentando de forma lateral, mas ao final conseguiu uma leve alta de 0,09%, fechando em 131.791,55 pontos, adicionando 120,04 pontos ao índice. Apesar deste pequeno avanço, o fechamento semanal foi negativo, com uma queda acumulada de 0,71%. O dólar comercial, que iniciou o dia em alta, também teve uma leve baixa, encerrando a sessão com uma desvalorização de 0,33%, cotado a R$ 5,45. Os juros futuros (DIs) tiveram uma movimentação positiva, refletindo um otimismo cauteloso no mercado.

O otimismo no pregão de hoje foi impulsionado pelo fim da greve dos portuários nos EUA, que se arrastava por quatro dias, e pelos dados de emprego divulgados que mostraram uma criação de vagas no setor muito acima do esperado. O relatório de setembro demonstrou que 254.000 novas vagas foram adicionadas, reforçando a sensação de que a economia dos EUA permanece robusta. Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, comentou que esse resultado pode levar analistas a reverem suas expectativas negativas sobre a economia americana.

O economista da XP, Francisco Nobre, destacou que os próximos cortes de juros do Federal Reserve provavelmente serão modestos, em 0,25 ponto percentual, considerando que a economia ainda demonstra força. Em contrapartida, André Valério, do Inter, alertou que caso o próximo relatório de emprego se mostre forte, poderia ser necessária uma pausa para que o Fed avaliasse melhor o cenário atual.

No Brasil, a confiança do investidor continua abalada, principalmente em função das preocupações fiscais e da inflação alta. Luiz Roberto Monteiro, da Renascença, mencionou que a falta de confiança no governo está limitando o crescimento no cenário econômico brasileiro. As tensões no Oriente Médio, com conflitos entre Israel e grupos da região, também pesaram sobre o clima do mercado, contribuindo para uma volatilidade nos índices.

Na bolsa, as ações da Vale (VALE3) fecharam em queda de 0,73%, enquanto a Petrobras (PETR4) teve uma leve baixa de 0,26%, mesmo com o petróleo em alta globalmente, devido ao aumento das tensões no Oriente Médio.

Apesar das dificuldades, alguns setores se destacaram. O destaque positivo foi a Suzano (SUZB3), que teve um aumento de 1,64% após divulgar que seu volume de produção de celulose será 4% menor do que a capacidade nominal. O mercado aguarda uma semana intensa, começando com a divulgação do IPCA de setembro na quarta-feira.

Além disso, Gabriel Galípolo enfrentará senadores na sabatina para ser o novo presidente do Banco Central no dia anterior. No final da semana, dados importantes, como a inflação ao consumidor e ao produtor nos EUA, também agitarão os mercados. O clima definitivamente não será de tranquilidade!