
Idosos Podem Não Precisar Monitorar Estritamente os Níveis de Açúcar no Sangue
2025-03-19
Autor: João
Ora Larson, de 85 anos, enfrenta uma nova realidade com seus níveis de açúcar no sangue. Nos últimos meses, episódios de hipoglicemia têm se tornado frequentes, levando sua filha, Susan Larson, a expressar preocupação: "Ela parece estar tremendo por dentro e confusa. É assustador assistir." A hipoglicemia, uma condição onde os níveis de glicose caem abaixo de 70 miligramas por decilitro, afeta quem toma medicamentos para controlar o diabetes, mas se torna mais comum na terceira idade.
O Dr. Sei Lee, geriatra da Universidade da Califórnia em São Francisco, observa que muitos diabéticos de longa data já passaram por eventos como este. A saúde de Ora é complexa — ela tem diabetes tipo 2, esclerose múltipla e hipertensão, e seus médicos agora sugerem que ela permita que sua hemoglobina A1c, um indicador dos níveis médios de glicose, suba acima de 7%. "Queremos prevenir os baixos, mesmo que isso signifique aceitar níveis glicêmicos mais altos", dizem os médicos, mudando as orientações que antes incentivavam o controle rigoroso.
Historicamente, um controle rigoroso do diabetes era uma meta de saúde a ser seguida à risca. Contudo, pesquisas recentes indicam que essa abordagem pode não ser mais a melhor opção para os mais velhos, já que os riscos de hipoglicemia severa podem superar os benefícios. Um novo estudo revelou que, menos de 50% dos idosos internados por hipoglicemia tiveram seus regimes de medicação ajustados em tempo hábil.
Especialistas ressaltam que os medicamentos associados à hipoglicemia, como insulina e sulfonilureias, devem ser manipulados com cautela em pacientes mais velhos. Dan Marsh, um contador de 69 anos, está ciente das alternativas, mas enfrenta dificuldades de controle devido a múltiplas medicações. "Eu sei que há outras opções, mas decidimos não explorar", declarou.
As mudanças recentes nas diretrizes de tratamento refletem uma compreensão crescente de que o controle glicêmico estreito pode não se traduzir em melhores resultados para os idosos. Além disso, novas terapias, como os agonistas do receptor GLP-1 e inibidores de SGLT2, estão oferecendo opções mais seguras para o manejo do diabetes em adultos mais velhos. No entanto, a transição para esses novos medicamentos pode ser complicada pela resistência de seguradoras e pela complexidade das condições de saúde múltiplas que muitos idosos enfrentam.
Por fim, com uma crescente população de idosos convivendo com o diabetes, é vital que pacientes como Ora e seus médicos realizem conversas abertas sobre o tratamento, a fim de garantir que as abordagens sejam não apenas seguras, mas também adequadas à realidade da saúde do paciente. A gestão do diabetes em idades avançadas está se tornando um tema urgente, exigindo uma revisão cuidadosa de como e quando monitorar os níveis de açúcar no sangue.