Impeachment Histórico: Deputados da Coreia do Sul Destituem o Presidente Yoon Suk Yeol
2024-12-14
Autor: Ana
Em um dia que pode ser lembrado como um marco na política sul-coreana, os deputados do país aprovaram o impeachment do presidente Yoon Suk Yeol. Após uma primeira tentativa frustrada, onde apenas dois membros do partido governista apoiaram a moção, desta vez a oposição conseguiu reunir os 200 votos necessários, com um total de 204 parlamentares votando a favor da destituição.
A votação ocorreu no último sábado, às 4h, e contou com 85 votos contra, três abstenções e oito votos considerados inválidos. O líder da oposição, Lee Jae-myung, enfatizou a importância de proteger a vida das pessoas que têm se manifestado nas ruas em protesto contra a administração Yoon. Ele afirmou: "A história se lembrará da escolha que eles fizeram."
O presidente Yoon, que já enfrentava uma investigação sobre possíveis atos de "rebelião" e tinha sua popularidade em níveis alarmantes, abaixo dos 11%, fez um apelo em um discurso televisionado, garantindo que lutaria "até o último minuto". A situação se deteriorou de tal forma que o Tribunal Constitucional sul-coreano agora tem um prazo de até seis meses para decidir se a moção de impeachment será confirmada ou rejeitada.
Num contexto ainda mais tenso, Yoon chegou a decretar lei marcial na Coreia do Sul, fechando a Assembleia Nacional e transferindo o controle de áreas como a imprensa para o governo. Essa medida radical foi uma resposta à crescente rejeição popular, e acabou gerando protestos massivos em todo o país. Em uma ação ousada, apesar da Assembleia estar fechada, alguns deputados conseguiram se reunir e aprovar uma moção para declarar a lei marcial inválida, ação que Yoon acabou aceitando posteriormente.
A crise política se agravou ainda mais quando membros do próprio partido do presidente começaram a pedir sua destituição. As consequências da situação colocaram em xeque a estabilidade política da Coreia do Sul e levantaram questões sobre a possibilidade de novas eleições presidenciais, que devem acontecer dentro de 60 dias caso o impeachment seja validado.
Yoon Suk Yeol, que assumiu o cargo em maio de 2022 por uma margem muito apertada, prometeu combater a desigualdade e reduzir o custo de vida. No entanto, seu governo se viu envolto em polêmicas e acusações de corrupção, resultando em uma desastrosa perda de apoio popular.
As tensões políticas na Coreia do Sul não são novas, mas este evento marca um acirramento significativo na batalha entre o governo e a oposição, enquanto os cidadãos se mobilizam cada vez mais em busca de mudanças. A história recente da política sul-coreana sugere que o país está em um ponto de inflexão, e as próximas semanas serão cruciais tanto para o futuro de Yoon Suk Yeol quanto para a continuidade da democracia na nação.