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Incerteza econômica provoca corrida ao dólar e acentua pressão sobre reservas argentinas

2025-03-18

Autor: Fernanda

O Banco Central da Argentina (BCRA) está realizando intervenções agressivas no mercado de câmbio para tentar desacelerar a desvalorização do peso no mercado paralelo, conhecido como ‘blue’. Nesta terça-feira, a cotação do dólar chegou a impressionantes 1.260 pesos por unidade, uma diferença alarmante de 18% em relação à taxa oficial.

Nos últimos dois dias, o BCRA já vendeu mais de US$ 500 milhões para tentar conter essa alta do dólar informal. Porém, essas medidas estão agravando ainda mais a situação das reservas cambiais do país, que estão em um estado de déficit profundo e persistente nos últimos meses.

Desde que o presidente de direita, Javier Milei, assumiu o cargo no final de 2023, houve um aumento na confiança dos mercados e investidores, impulsionado por um radical plano de austeridade. Contudo, essa confiança não foi suficiente para restaurar as reservas do país.

Milei está atualmente buscando um novo empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas as informações sobre as negociações são escassas e geram mais incertezas na economia. Para agravar a situação, seu plano enfrenta resistência no Congresso, dificultando ainda mais a sua implementação.

A incerteza econômica já está pesando sobre o peso argentino este ano, especialmente após um 2024 otimista. Esse cenário ampliou a disparidade entre a taxa de câmbio oficial controlada rigidamente e as taxas paralelas, que são amplamente utilizadas pelos argentinos no dia a dia.

Diante deste quadro, muitos cidadãos estão cada vez mais preocupados com o futuro econômico do país e com a sua capacidade de manter um padrão de vida estável. Especialistas alertam que, se as medidas não forem eficazes, a corrida ao dólar pode intensificar-se, levando a uma crise ainda mais profunda. É um momento crítico para a economia argentina, e as próximas semanas serão decisivas para determinar a direção que o país tomará.