Recentemente, cientistas obtiveram uma imagem impressionante de uma estrela fora da Via Láctea, uma supergigante vermelha conhecida por seu tamanho colossal, sendo duas mil vezes maior que o Sol. Essa imagem foi capturada por uma equipe de pesquisadores através do novo instrumento chamado GRAVITY, instalado no Very Large Telescope, pertencente ao Observatório Europeu do Sul, localizado no Chile. Este avanço representa um marco histórico, uma vez que é a primeira vez que conseguimos observar de forma ampliada uma estrela em seu estágio final de vida.

Keiichi Ohnaka, astrofísico da Universidade Nacional Andrés Bello, no Chile, expressou sua empolgação, afirmando que “conseguimos, pela primeira vez, capturar uma imagem detalhada de uma estrela moribunda”. A imagem revela uma estrela de brilho extraordinário, embora com um contorno oval borrado que intriga os cientistas. Taxa de brilho da estrela diminuiu nos últimos anos, levantando questões sobre seu estado evolutivo.

"Descobrimos um casulo em forma de ovo que circunda a estrela", explicou Ohnaka. Esse casulo pode estar ligado à ejeção massiva de material da estrela prestes a explodir em uma supernova. Essa observação não é apenas fascinante, mas também oferece uma rara oportunidade de testemunhar a evolução de uma estrela em tempo real, algo que os astrônomos têm estudado detalhadamente nos últimos anos.

A equipe de Ohnaka já estava investigando a estrela desde 2005 e, ao longo dos anos, utilizaram o interferômetro do Very Large Telescope, que combina a luz de dois telescópios, mas a captura de uma imagem clara só foi possível agora, com a introdução do GRAVITY, que reúne a luz de quatro telescópios diferentes.

O coautor do estudo, Gerd Weigelt, do Instituto Max Planck de Radioastronomia na Alemanha, destacou que a mudança significativa na luminosidade da estrela nos últimos 10 anos oferece uma oportunidade ímpar para os astrônomos observarem mudanças dinâmicas em estrelas supergigantes. Acompanhar o ciclo de vida dessas estrelas é essencial para entender a evolução estelar e como novos elementos se formam e se espalham no universo.

Supergigantes vermelhas, como a famosa Betelgeuse na constelação de Órion, são conhecidas por seu comportamento imprevisível e potencial para explosões cataclísmicas. Essas estrelas perdem suas camadas externas de gás e poeira ao longo de milênios, um processo que afeta sua aparência e luminosidade. O material expelido pode ser a causa do recente escurecimento da estrela observada, e o formato peculiar do casulo de poeira ao seu redor sugere interações complexas durante sua fase de vida final.

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