A Polícia Civil de São Paulo realizou uma impressionante operação nesta segunda-feira, desmantelando um grupo criminoso dedicado à venda de celulares roubados ou furtados na capital paulista. Durante a ação, 21 pessoas foram presas em flagrante e mais de 5.200 aparelhos foram apreendidos em apenas dois dias de fiscalização em centenas de estabelecimentos, principalmente em lojas e pontos de conserto na região Central da cidade.

Essa operação, chamada de Big Mobile, utilizou informações de vítimas que registraram boletins de ocorrência para mapear os endereços onde os celulares eram vendidos. Cerca de 500 policiais participaram da ação, que monitorou a localização em tempo real dos dispositivos, permitindo chegar a esses endereços conhecidos como pontos de venda ilícita.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) anunciou a criação de uma força-tarefa para identificar os proprietários dos celulares recuperados, visando a devolução dos aparelhos. Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, Artur Dian, a análise dos celulares poderá revelar se eles foram utilizados em outras atividades criminosas, como fraudes online, antes de serem colocados à venda.

"Nesta primeira fase, utilizamos a localização desses aparelhos para localizar e prender os indivíduos que estavam na posse deles. Contudo, não descartamos a possibilidade de abrir novos inquéritos para investigar organizações criminosas maiores, pois isso pode ser parte de uma rede complexa. Iremos ampliar a operação para não só desmantelar essas organizações, mas também descobrir se os celulares estiveram envolvidos em outros delitos, o que nos ajudará a entender a raiz do problema", afirmou Dian.

Além disso, uma nova fase da investigação se concentrará na regularidade das lojas fiscalizadas na operação, com o objetivo de "manter os comerciantes corretos em atividade e fechar aqueles que operam de forma ilegal", declarou o diretor.

Importante destacar que, conforme já reportado, os aparelhos roubados em São Paulo estão frequentemente conectados a crimes financeiros. Uma investigação recente do 27º Distrito Policial (DP) no Campo Belo destacou a troca de informações entre membros do esquema sobre a aquisição de dados pessoais de possíveis vítimas, como CPF e RG, que eram usados para fraudes, incluindo a abertura de contas bancárias e até o cadastro em programas sociais do governo.

Os números são alarmantes: de janeiro a novembro de 2024, o estado de São Paulo registrou 328 mil celulares roubados ou furtados, uma redução de 23% em relação aos 425 mil aparelhos subtraídos no mesmo período de 2023. A SSP informou que, até agora, 39 mil celulares de origem ilícita foram recuperados ao longo do ano, mas ainda há um longo caminho a percorrer para combater a criminalidade no setor.