A comunidade do autismo nos Estados Unidos está em pé de guerra! Membros e defensores estão reagindo com indignação às polêmicas declarações de Robert F. Kennedy Jr., atual secretário de Saúde e Serviços Humanos do governo Trump. O político prometeu identificar a causa do Transtorno do Espectro Autista (TEA) até setembro deste ano, uma afirmação que gerou forte repúdio entre ativistas e especialistas.

Na semana passada, Kennedy revelou uma "iniciativa de testes e pesquisas" para descobrir a origem do autismo nos próximos cinco meses. Durante uma coletiva de imprensa, ele insinuou que um "tóxico ambiental" poderia ser a raiz do aumento dos diagnósticos, o que contraria a visão de institutos renomados como o CDC, que atribui o incremento ao avanço dos métodos diagnósticos.

A diretora de marketing da Autism Society of America, Kristyn Roth, expressou sua preocupação: "O foco de Kennedy em um tóxico ambiental é extremamente enganoso. Seu compromisso de encontrar uma causa definitiva é prejudicial e desvia a atenção do que realmente importa: o apoio à comunidade autista. A inclusão e o acolhimento são fundamentais!"

Dados recentes do CDC revelaram que, em 2022, uma em cada 31 crianças nos EUA foi diagnosticada com TEA. Contudo, Kennedy ainda insiste que a causa é ambiental, desconsiderando as evidências genéticas. "Precisamos parar de acreditar que o aumento se deve a diagnósticos melhores. Esta é uma doença evitável! Genes não causam epidemias!"

Especialistas em autismo, como a pesquisadora Doreen Samelson, afirmam que mais de 100 genes estão associados ao TEA. Ela destaca a complexidade do transtorno: "O autismo não é uma condição única, é vitalícia e abrange uma diversidade enorme de experiências".

Roth também destacou a contradição entre as promessas de Kennedy e as ações do governo Trump, que tem promovido cortes na Educação e no HHS, além de ameaçar o financiamento do Medicaid. "Como podem dizer que apoiam a comunidade autista enquanto cortam recursos?".

Outra declaração que incendiou ainda mais a controvérsia foi a afirmação de Kennedy de que a maioria das pessoas com autismo apresenta casos severos, o que, segundo ele, "destrói famílias". Essa visão foi imediatamente contestada por Roth, que argumentou que muitas pessoas autistas levam vidas plenas e significativas.

As falas de Robert F. Kennedy Jr. foram amplamente criticadas por promoverem desinformação e estigmatização, desviando o foco do que realmente importa: a necessidade de inclusão e respeito às diferentes nuances do espectro autista.