Nação

Inocente ou culpado? Mulher é libertada após laudo excluir veneno em cajus e novas investigações surgem no Piauí

2025-01-14

Autor: Fernanda

Após meses de angústia e incerteza, Lucélia, uma aposentada de Piauí, finalmente teve sua liberdade restituída. Ela declarou: "Agora eu vou descansar em paz porque eu sempre falei a verdade, mas ninguém acreditava. Só a minha família e meu advogado. Estou aliviada, graças a Deus".

O caso começou a ganhar contornos trágicos em agosto, quando duas crianças, Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7, morreram após supostamente consumirem cajus envenenados. O resultado da perícia revelou que não havia presença de terbufós – uma substância típica de venenos conhecidos como chumbinho – nos cajus, o que agora levanta uma nova linha de investigação sobre a possível inocência de Lucélia, que sempre negou envolvimento no incidente.

No entanto, a situação se torna ainda mais complexa. Os meninos pertenciam à mesma família de quatro pessoas que morreram em Parnaíba no dia 1º de janeiro, após ingerirem um prato típico da região, o baião de dois, cujos ingredientes teriam sido envenenados. A polícia agora investiga Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, padrasto da mãe das crianças, que foi detido sob suspeita de ter adicionado o veneno ao alimento fatal.

Em uma virada dramática, a enteada de Francisco, Francisca Maria, e seus dois filhos também foram vítimas do envenenamento, elevando o número de mortos para quatro, incluindo duas crianças: Igno Davi, de apenas 1 ano e 8 meses, e Lauane, de 3 anos. Outra menina de 4 anos, também filha de Francisca, está internada em estado grave.

"Ainda não há um elemento que coloque Francisco diretamente na cena do crime, mas novas evidências indicam que as crianças ingeriram outra comida que não o caju. Isso muda tudo e requer uma nova análise dos fatos", revela Silas Lopes, promotor do caso.

Com o envenenamento, a polícia está investigando homicídio culposo, levando em conta que o veneno foi introduzido na refeição um dia após seu preparo. A família comeu o baião de dois na noite de Ano Novo sem apresentar sintomas imediatos, que surgiram apenas no dia seguinte.

Além disso, Francisco apresentou versões contraditórias sobre os eventos que aconteceram na noite de Réveillon, afirmando inicialmente que não tinha se aproximado do prato, mas depois admitiu ter tocado na panela. Segundo o delegado Abimael Silva, essas contradições são alarmantes e despertam suspeitas.

As rivalidades familiares parecem pesar nesse caso. Francisco, que descreveu sua enteada de maneira depreciativa, nutria sentimentos de ódio e desprezo por ela, o que, segundo a polícia, pode ter motivado o ato criminoso.

Em buscas na residência do suspeito, foram encontrados vários objetos, incluindo um baú trancado que ninguém mais tinha acesso. A polícia está realizando uma investigação cuidadosa para descobrir se o baú pode conter evidências cruciais sobre o caso.

Com a prisão temporária de Francisco por 30 dias e um inquérito prestes a ser concluído, os desdobramentos deste trágico caso ainda estão longe de chegar ao fim. Um questionamento surge: será que a verdade sobre o que realmente aconteceu naquela noite fatídica será finalmente revelada?