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Israel e Hezbollah: Cessar-fogo à Vista? Entenda a Situação e Suas Implicações!

2024-11-25

Autor: Fernanda

Um potencial acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah pode estar perto de ser fechado nos próximos dias, segundo afirmações do embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Herzog. Embora detalhes ainda precisem ser ajustados, a proposta em discussão prevê uma pausa dos combates por dois meses e a retirada das tropas israelenses da fronteira sul do Líbano.

A mediação dos Estados Unidos foi aceita por Israel, e a ONU se manifestou pedindo que ambos os lados concordem com a trégua. Herzog comentou em uma entrevista à rádio militar de Israel que, apesar de ainda restarem questões a serem resolvidas, o acordo pode ser alcançado rapidamente.

Na reunião marcada para esta terça-feira (26), o Conselho de Segurança israelense poderá definir os termos do cessar-fogo. Entre os pontos em negociação está a autorização para que o exército israelense mantenha o direito de atacar caso perceba alguma ameaça na fronteira.

O porta-voz do parlamento libanês, Elias Bou Saab, declarou que "não há grandes obstáculos" à trégua, mas diplomatas alertam que ainda existem desafios significativos nas conversações. O conflito começou em setembro de 2023 com bombardeios e uma invasão terrestre, resultando em mais de 3.500 mortes no Líbano, além de mais de 70 mortes em Israel, envolvendo civis e soldados.

A proposta de cessar-fogo também prevê o fim das operações do Hezbollah ao sul do rio Litani durante o período de trégua, e um aumento das tropas libanesas na região, junto com a presença do contingente da ONU que já atua no local. Além disso, um comitê internacional poderia ser estabelecido para monitorar o cumprimento do acordo e da Resolução 1701 da ONU, que encerrou o conflito anterior em 2006.

Delegações ainda discutem a composição desse comitê, com Israel resistindo a incluir a França e o Líbano rejeitando a participação do Reino Unido, aliado próximo de Israel. Enquanto isso, o Hezbollah ressalta a importância da soberania libanesa, enquanto Israel busca resolver 13 pontos disputados na fronteira.

Recentemente, o mediador americano Amos Hochstein indicou que houve "avanços significativos" nas negociações, mas um cessar-fogo é vital tanto para reduzir as tensões na região como para evitar um confronto direto entre Israel e Irã, uma possibilidade que preocupa especialistas. A ONU reitera a importância de um acordo para que a Síria não seja ainda mais envolvida no conflito, especialmente considerando os ataques de Israel a grupos aliados ao Irã em países vizinhos.

No entanto, o clima de tensão continua. Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, defendeu que a guerra deve continuar até uma "vitória absoluta", apesar dos avanços diplomáticos. Em contraponto, o líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que agora a decisão cabe a Israel, após revisão da proposta de cessar-fogo mediada pelos EUA.

Conflitos recentes se intensificaram, com ataques aéreos israelenses resultando em numerosas mortes em Beirute, enquanto o Hezbollah disparou foguetes em resposta. Este aumento da violência destaca a fragilidade da situação, que foi catalisada pelo apoio do Hezbollah ao Hamas após o ataque de 7 de outubro de 2023.

Enquanto Israel busca devolver segurança à população que teve que deixar suas casas nas regiões fronteiriças, no Líbano, cerca de um quarto da população foi deslocada, com áreas devastadas. A expectativa de um acordo segue incerta, com a possibilidade de novas negociações se estenderem até a posse de Donald Trump em janeiro de 2025, um cenário que gera desânimo entre os envolvidos.