Em um episódio que está levantando forte polêmica internacional, Israel deteve e deportou duas parlamentares do Parlamento britânico, Yuan Yang e Abtisam Mohamed, ambas do Partido Trabalhista. O anúncio foi feito pelo Ministro das Relações Exteriores, David Lammy, em um comunicado no final da noite de sábado (5).

De acordo com Lammy, as autoridades israelenses negaram a entrada das parlamentares, que estavam em uma visita oficial como parte de uma delegação parlamentar. A justificativa do governo de Netanyahu foi de que haveria suspeitas de que as deputadas planejavam "documentar as atividades das forças de segurança e disseminar ódio contra Israel", segundo uma declaração à Sky News.

O jornal Times of Israel relatou que as parlamentares foram interrogadas no aeroporto Ben Gurion antes de serem informadas sobre a recusa de entrada, uma decisão que foi tomada pela autoridade competente da imigração sob ordens do Ministro do Interior, Moshe Arbel. A medida provocou reações negativas e questionamentos sobre a transparência e liberdade de movimento de representantes políticos.

Yang, que representa o distrito de Earley e Woodley, e Mohamed, deputada por Sheffield Central, haviam partido de Luton, na Inglaterra, com um propósito claro de diálogo e construção de laços. O incidente não apenas mancha a imagem de Israel diante da comunidade internacional, mas também gera um intenso descontentamento entre membros do Parlamento britânico.

"Deixei claro aos meus homólogos no governo israelense que essa não é maneira de tratar parlamentares britânicos, e estivemos em contato com ambas as deputadas nesta noite para oferecer nosso apoio", relatou Lammy, enfatizando a necessidade de respeito e diálogo entre nações.

Esse evento acendeu um debate mais amplo sobre as relações entre o Reino Unido e Israel, levantando questões sobre a liberdade de expressão e os direitos dos representantes eleitos de visitarem outros países para fins diplomáticos. Especialistas em relações internacionais observam com grande atenção esse desenrolar, que pode sinalizar um ponto de inflexão na postura britânica em relação às políticas israelenses.