Jabuti Premia Rosa Freire d'Aguiar e Itamar Vieira Junior em Grande Cerimônia

O Prêmio Jabuti destacou a obra da renomada jornalista e tradutora Rosa Freire d'Aguiar, que recebeu o título de Livro do Ano por sua coletânea de crônicas intitulada "Sempre Paris". Essa coletânea, publicada pela Companhia das Letras, é uma rica narrativa sobre suas experiências e encontros marcantes durante seu período na França, onde conviveu com ativistas, escritores e intelectuais. Rosa, uma figura admirada no mundo editorial brasileiro, compartilhou em seu emocionante discurso sobre a saudade de seu falecido marido, o economista Celso Furtado, e como ele a apoiou ao longo de sua carreira.

A 66ª edição do Prêmio aconteceu no dia 19 de setembro, no auditório Ibirapuera em São Paulo, com a atriz Adriana Lessa como mestre de cerimônias. Além de Rosa, o prêmios de melhor romance literário foi concedido ao escritor baiano Itamar Vieira Junior, que já havia sido laureado anteriormente por seu romance "Torto Arado". Seu novo livro, "Salvar o Fogo", explora temas delicados, como a luta de mulheres no sertão baiano contra a opressão da igreja sobre suas terras.

Entre outros vencedores, Samir Machado de Machado se destacou com o melhor romance de entretenimento, com "O Crime do Bom Nazista", e Bethânia Pires Amaro continuou a brilhar nas letras com sua coletânea de contos "O Ninho".

O prêmio de melhor livro de poesia foi para "Cabeça de Galinha no Chão de Cimento", de Ricardo Domeneck, um trabalho introspectivo que busca ancestralidade e identidade. No gênero infantojuvenil, "Cabo de Guerra", de Ilan Brenman e Guilherme Karsten, encantou jurados e leitores ao contar a história hilária de um cabo de guerra que se torna uma disputa épica.

No terreno da literatura indígena, Kaká Werá conquistou o prêmio por "Apytama: Floresta de Histórias", que reúne renomados autores indígenas e novos talentos em uma antologia vibrante. Já Lukas Iohanathan foi reconhecido na categoria de quadrinhos com sua obra "Como Pedra", que trata de superação e resiliência no sertão nordestino.

Uma novidade deste ano foi a inclusão de novas categorias, como Educação e Negócios, refletindo a evolução e diversificação das publicações no Brasil. Na nova categoria de Educação, o livro "Como Ser um Educador Antirracista" da prometedora Bábara Carine, foi laureado, enquanto a categoria de Negócios premiou a obra sobre sustentabilidade de Ricardo Sturaro.

Os vencedores do Prêmio Jabuti recebem prêmios em dinheiro e oportunidades de visibilidade internacional; o vencedor do Livro do Ano leva nada menos que R$ 70 mil e uma viagem à Feira de Frankfurt, uma das mais relevantes do setor.

Veja a lista completa dos vencedores e destaques desse prestigiado prêmio que continua a valorizar a literatura brasileira em suas diversas formas.