Os contratos de juros futuros (DIs) começaram a quinta-feira (28) com um crescimento significativo, em resposta ao recente anúncio do governo sobre um pacote de cortes de gastos que inclui uma proposta de renúncia fiscal. Essa proposta visa isentar do Imposto de Renda aqueles que ganham até R$ 5 mil, o que tem gerado repercussão no mercado financeiro.

Por volta das 10h, houve um aumento médio de cerca de 1,5% nos contratos em relação ao fechamento do dia anterior. Os dados eram promissores: - Contratos com vencimento em 2026 subiram 0,205 pp, alcançando 13,705%; - Em 2027, o incremento foi de 0,195 pp, para 13,815%; - Para 2029, aumento de 0,200 pp, chegando a 13,650%; - Para 2031, uma alta de 0,150 pp, a 13,490%; - E por fim, o contrato de 2033 teve um acréscimo de 0,200 pp, alcançando 13,360%.

Analisando tecnicamente, Gilberto Coelho, analista da XP, acredita que os juros futuros continuarão a trajetória de alta. Ele destaca que o DI-29 está em um padrão crescente, com as médias de 21 e 200 dias apontando para cima, após ter superado o topo anterior de 13,36%. Isso estabelece um pivô de alta com projeções que podem chegar a 13,95% ou até 14,58%, segundo a análise de Fibonacci.

"O volume alto de negociações, aliado ao IFR (Índice de Força Relativa) mostrando tendência de alta, confirma essa expectativa. No entanto, um fechamento abaixo de 13,07% reverteria esse cenário, levando os números para 12,80% ou 12,58%", ponderou Coelho.

Em relação ao DI-2033, o analista observou que esse contrato também superou o topo anterior de 13,14%, retomando o sinal de alta, com médias apontando para novos picos em 13,70% ou 14,30%, seguindo a mesma lógica de Fibonacci.

Leonel Mattos, analista da StoneX, ressaltou que a curva de juros brasileira está apresentando altas robustas, especialmente para contratos com prazos mais longos. "A demora na divulgação deste pacote provocou uma expectativa elevada entre os investidores, e a informação do governo acabou não atendendo às suas expectativas", afirmou Mattos.

Vale destacar que o cenário de incerteza econômica, somado às recentes mudanças nas políticas fiscais, pode provocar volatilidade nos mercados financeiros nos próximos meses, e recomenda-se cautela para investidores que estão buscando oportunidades no atual ambiente econômico. Fique atento, pois as flutuações nas taxas de juros poderão influenciar diretamente no crédito e no consumo no Brasil.