Com 80 anos, Donald Trump está ciente de que o tempo não está a seu favor e, ao mesmo tempo, parece alimentar um desejo insaciável de retomar o poder. Enquanto muitos desejam um futuro melhor, ele parece disposto a reverter o que considera injustiças de seu passado político.

"Lutei em todas as lutas, sempre do lado certo. Perdi todas..." Essa frase, atribuída ao escritor Antonio Calado, ressoa em tempos como o nosso, em que parece que os valores democráticos estão novamente sob ataque.

A atual situação mundial nunca foi tão preocupante desde os anos 30 do século passado. Lembramos das atrocidades nazifascistas que culminaram na Segunda Grande Guerra, um momento que parecia estar enterrado na sombra da história, mas que agora volta a nos assombrar.

Hoje, com um retorno do extremismo à cena política, vemos as democracias ameaçadas, especialmente na Europa. A Alemanha, em particular, vive um ressurgimento de partidos de extrema-direita, que usam as redes sociais e as frustrações com a imigração para ganhar força. É um ciclo triste, mas que novamente coloca a história em uma roda-viva.

Donald Trump, à frente do movimento MAGA (Make America Great Again), está preparando um verdadeiro "projeto vingança" para atacar não apenas suas rivalidades políticas, mas também grupos considerados adversários. Suas promessas para o primeiro dia de governo incluem deportações em massa, demissões no serviço público e ações controversas que podem incluir reanexações territoriais como a Groenlândia.

Ainda mais alarmante é o apoio de figuras como Elon Musk, que, em seus devaneios, acredita que a extrema-direita pode salvar a Alemanha. Essa nova aliança entre os mega-empresários e os políticos extremistas está redefinindo as regras do jogo político, criando um caldo de cultura que favorece ainda mais a radicalização.

Aqui no Brasil, as milícias digitais que apoiaram Jair Bolsonaro estão atentas e esperançosas de que Trump possa facilitar um retorno ao poder de seus aliados em 2026. Essa perspectiva é de cortar o coração para muitos que lutam pela democracia.

Pessoalmente, cresci ouvindo os relatos de horror sobre guerras passadas contados por meus pais, sobreviventes que deixaram suas terras em busca de um futuro melhor. A preocupação com as gerações futuras é constante, e a história parece ter ensinado pouco até agora.

Enquanto me preocupo com o que está por vir, desejo profundamente que 2025 traga notícias positivas e promissoras. E, ao olhar para os 60 anos de minha trajetória no jornalismo, mantenho a esperança de que a verdade e a justiça ainda possam triunfar, como acreditava Gabriel García Márquez.