Ciência

Lançar Milhões de Toneladas de 'Pó de Diamante': A Solução Inovadora para o Aquecimento Global?

2024-12-19

Autor: Carolina

Introdução

Com as evidências alarmantes das mudanças climáticas se intensificando, cientistas em todo o mundo estão explorando tecnologias de geoengenharia cada vez mais inovadoras para combater os efeitos devastadores da ação humana no planeta. Um projeto ambicioso, por exemplo, visa "recongelar" o Ártico usando técnicas que envolvem o bombeamento de água. Enquanto isso, a União Europeia estuda estratégias que vão desde a reflexão dos raios solares com espelhos para baixar as temperaturas globais até métodos de descarbonização que incluem ‘fertilizar os oceanos’.

A Proposta do Pó de Diamante

Agora, uma pesquisa recente sugere uma solução inusitada: lançar cerca de 5,5 milhões de toneladas anuais de pó de diamante na estratosfera poderia ajudar a esfriar o planeta, reduzindo a temperatura em até 1°C por ano, devido às suas propriedades reflexivas extraordinárias. A reflexão desse pó em particular diminuiria a quantidade de calor que atinge a Terra. Este estudo, que avalia a eficácia da "modulação da radiação solar por meio da injeção de partículas sólidas estratosféricas", foi liderado por Sandro Vattioni, um pesquisador do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique.

Comparação com Outras Abordagens

Tradicionalmente, as abordagens de geoengenharia focam na injeção de partículas de aerossol estratosférico (SAI), usando dióxido de enxofre convertido em aerossóis de sulfato que refletem a luz solar. No entanto, essas partículas também absorvem calor, o que pode elevar a temperatura da estratosfera e causar tumultos atmosféricos que se espalham para a troposfera, a camada mais próxima da superfície da Terra. O grande diferencial do pó de diamante é que, por sua alta capacidade de reflexão, não se aglomera nem absorve calor, evitando assim o aquecimento da estratosfera e os perturbações associadas.

Logística e Custos

Para colocar esse plano em ação, seriam necessárias centenas de aeronaves para voar ao redor do globo, dispersando grandes volumes dessa substância em um esforço para gerar um resfriamento significativo. Entretanto, esse projeto colossal traz à tona questões financeiras. O pesquisador Vattioni esclareceu que seu estudo não abordou os custos ou a logística da extração do pó de diamante, mas concentrou-se nos benefícios potenciais à redução do aquecimento global, especialmente em comparação com outras partículas como alumínio e calcita. Estima-se que a quantidade necessária de pó de diamante seria de 5,5 milhões de toneladas por ano, com custos que podem chegar a impressionantes US$175 trilhões ao longo de 65 anos.

Desafios e Considerações Finais

As implicações desse método ainda são incertas, e muitos especialistas questionam a viabilidade de tal estratégia em um contexto global que exige soluções urgentes e eficazes para a crise climática. Será que essa inovação pode realmente fazer a diferença ou se trata de mais uma ideia evasiva no combate ao aquecimento global?