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Lei da Reciprocidade Económica: Senado aprova resposta às tarifas de Trump; descubra o que muda

2025-04-02

Autor: Lucas

O Senado brasileiro acaba de aprovar um projeto de lei que visa criar uma reação às tarifas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, aumentando as taxas de importação sobre produtos americanos para países que impõem tarifas similares sobre seus produtos. O Brasil foi citado especificamente como um dos afetados por essas medidas.

🤔 Atualmente, o Brasil não aplica tarifas específicas direcionadas a países, seguindo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbe a aplicação desigual de tarifas entre membros. Contudo, com a nova legislação, espera-se que o governo brasileiro possa adotar medidas de retaliação mais consistentes e proporcionais às ações de países que adotam barreiras comerciais consideradas injustas.

O projeto, que recebeu apoio massivo no Congresso, já está em regime de urgência e pode ser votado na Câmara dos Deputados ainda esta semana, conforme informou o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O governo brasileiro busca equilibrar o comércio internacional e proteger suas empresas dos efeitos adversos de tarifas aumentadas por outros países.

Com a aprovação da lei, o Brasil terá mais autonomia para decidir sobre respostas comerciais, incluindo a possibilidade de impor sobretaxas em importações e até suspender acordos comerciais em casos extremos, como o de direitos de propriedade intelectual. Essa abordagem visa prevenir que as empresas brasileiras sejam prejudicadas por medidas comerciais adversas.

Entretanto, especialistas já ressaltam a importância de estratégias bem fundamentadas. O economista Marcos Hanna defende a necessidade de critério e proporcionalidade nas eventuais imposições, além da vigilância sobre os impactos e a busca por soluções dialogadas, já que a prioridade do governo continua sendo o diálogo com os Estados Unidos.

💡 Caso o projeto seja aprovado na Câmara e sancionado pelo presidente Lula, ele poderá gerar mudanças significativas no comércio internacional brasileiro. Essa nova legislação permitirá que o Brasil descumpra o princípio da "nação mais favorecida" que dita que países membros da OMC devem manter tarifas padrão entre si, salvo acordos regionais, como os existentes no Mercosul.

A OMC já regula o comércio internacional entre 163 nações, cobrindo cerca de 93% da população global. Com a lei da reciprocidade, o Brasil espera criar um equilíbrio comercial e evitar que seus produtos sejam prejudicados por barreiras extraterritoriais.

Entretanto, a proposta é cercada de riscos, conforme alerta o especialista em comércio internacional, Luciano Bravo. O Brasil já utilizou a OMC em respostas a disputas comerciais, porém, qualquer reação que não siga os trâmites previstos poderá tumultuar as relações comerciais e gerar retaliações de outros países, afetando negativamente setores vitais como o agronegócio.

🎯 É importante lembrar que o Brasil, há 77 anos, segue as diretrizes do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), e a nova proposta pode desafiar esse status quo. O Brasil poderia, por exemplo, criar tarifas elevadas sobre produtos norte-americanos, caso avance nessa direção.

Todos os olhos estão voltados para o que acontecerá nas próximas semanas, à medida que o projeto avança na Câmara. Em um momento de crescente tensões comerciais, o futuro das relações Brasil-EUA está em jogo.