Lev Transforma Despedida em Oportunidade: Baterias da Vela Agora Sobrevivem nas E-Bikes!
2024-11-22
Autor: Ana
Em um surpreendente desenvolvimento no mundo das bicicletas elétricas, a Lev, uma empresa que tem se destacado no mercado, decidiu acolher os clientes da Vela, uma rival recém-falida. O que era uma simples admiração pelo concorrente virou uma parceria inusitada para manter vivos os produtos que muitos adoravam. Desde o início de novembro, a Lev começou a vender baterias que são compatíveis exclusivamente com os modelos de e-bikes da Vela, que são famosas pelo seu design europeu e têm o preço de R$ 11 mil.
“Todos os empreendedores enfrentam desafios, e é muito difícil ver uma marca tão respeitada deixar seus clientes na mão”, disse Affonso, cofundador da Lev ao lado de seu irmão Bruno, em 2009, no Rio de Janeiro.
Os clientes da Vela podem agora continuar pedalando suas e-bikes sem a necessidade de trocar de modelo ao enfrentar problemas com a bateria, que tem uma vida útil entre três a cinco anos e custa quase R$ 3 mil. Além da disponibilidade online, as vendas se concentram nas oito lojas físicas da Lev em São Paulo, onde muitos usuários da Vela residem.
Victor Cruz, fundador da Vela que agora virou desenvolvedor de projetos de tecnologia na Lev, comentou: “Tínhamos uma comunidade de mobilidade ativa, e agora a Lev está dando suporte a esse pessoal.” Essa mudança é especialmente importante para os usuários que estavam preocupados em encontrar reposições para suas bicicletas.
A Vela, que também licenciava sua marca nos Estados Unidos, estava em expansão antes da pandemia de COVID-19, crescendo entre 70% a 80% ao ano. O plano de transferir a produção para a Zona Franca de Manaus nunca saiu do papel e, após as dificuldades financeiras, os investidores começaram a exigir devoluções, culminando com a falência da empresa. Cruz lamentou a situação: “Tentamos convencer os investidores a esperar, mas não conseguimos.”
Enquanto isso, a Lev, que já possui 38 lojas pelo país, chegou a considerar comprar a Vela, mas a morosidade do processo de falência impediu qualquer negociação. “O uso da marca e outros ativos só estarão disponíveis no próximo ano, e por isso decidimos importar baterias enquanto isso”, explicou Affonso.
Embora a venda das baterias da Vela não seja o principal motor de receita da Lev, esse passo é crucial para manter o mercado de e-bikes, que ainda se desenvolve lentamente no Brasil, e para apoiar um colega empreendedor. “Me coloco no lugar do Victor. Tive que recomeçar da garagem dos meus pais após um incêndio na Lev em 2015. Se pudermos ajudar, isso já vale a pena, e eventualmente, pode ser retribuído”, conclui Affonso.
Essa união inesperada entre as duas empresas poderia ser um sinal de colaboração no setor, um movimento que pode inspirar outras startups a ajudar concorrentes em crise.