Líder da oposição acusa Maduro de tentar enganar Lula
2024-11-27
Autor: Maria
María Corina Machado, uma das principais vozes da oposição na Venezuela, fez declarações contundentes na última terça-feira (26 de novembro de 2024), afirmando que o presidente Nicolás Maduro tentou enganar Luiz Inácio Lula da Silva sobre os resultados das recentes eleições presidenciais na Venezuela.
"O Brasil é indiscutivelmente um líder na América Latina. Em todos esses anos, tem se posicionado firmemente a favor da democracia. Maduro pode ter acreditado que poderia enganar Lula ou o povo brasileiro, mas isso não aconteceu", declarou Corina em uma entrevista exclusiva.
A oposição tem pressionado por uma resposta unida dos líderes latino-americanos. "É fundamental que todos os chefes de Estado, independentemente de suas ideologias, tenham uma posição clara e coesa diante da crise que enfrentamos", afirmou.
Maduro se declarou vencedor nas eleições que ocorreram no dia 28 de julho de 2024, mas o resultado é amplamente contestado, tanto por opositores locais quanto por observadores internacionais. O Conselho Nacional Eleitoral, que é considerado apolítico, anunciou que Maduro foi reeleito com mais de 50% dos votos válidos.
Machado mantém esperanças de que Edmundo González, do Plataforma Unitaria Democrática, assuma a presidência no lugar de Maduro em janeiro. "Estou determinada a garantir que a Constituição seja respeitada. Maduro poderá reconhecer isso em breve, no dia 10 de janeiro, ou talvez até mesmo depois", disse.
Ela revelou que González emergiu como o principal candidato da oposição após a rejeição de sua própria candidatura pelo Supremo Tribunal da Venezuela em janeiro passado, citando "irregularidades administrativas". Corina também teve sua elegibilidade para cargos públicos suspensa por 15 anos em uma decisão controversa em junho de 2023.
Para María Corina, não há mais suporte para Maduro entre o povo venezolano. "Ele deve aceitar uma transição pacífica para o bem do país. Se continuar no poder, só encontrará isolamento", alertou.
"Estamos dispostos a oferecer garantias durante a transição, com base na soberania expressa pelo povo nas urnas em 28 de julho. O que queremos é o melhor para nosso país e para as nações democráticas da região", enfatizou Machado.
Ela também apontou que o único suporte do regime de Maduro vem das Forças Armadas, que estão enfrentando um crescente descontentamento interno. "Há pressões dentro das Forças Armadas. Eles percebem que não há futuro com Maduro. Oferecemos um governo democrático que poderá unir todos os venezuelanos e fortalecer nossas instituições, com um exército bem treinado e profissional", afirmou.
Questionada sobre a possibilidade de González enfrentar um isolamento semelhante ao de Juan Guaidó, que proclamou sua presidência em 2019, Corina expressou otimismo. "O regime que manipulava e enganava os cidadãos já colapsou no dia 28 de julho. O chavismo não tem mais capacidade de controle social, e os recursos que uma vez tiveram estão esgotados", concluiu, ressaltando a fraqueza atual do governo de Maduro.