Um oficial sênior do Hezbollah, Afif, fez declarações alarmantes em uma coletiva de imprensa televisionada, reforçando a intensificação do conflito. Durante seu discurso em meio aos destroços de um prédio destruído no sul de Beirute, ele afirmou: "Tel Aviv é apenas o começo, Israel viu muito pouco. Nossa prioridade agora é derrotar o inimigo e forçá-lo a parar a agressão. Entretanto, qualquer esforço político para buscar um cessar-fogo que alinhe-se com nossa visão da batalha será considerado."

Afif também refutou rumores sobre o armazenamento de armas nos subúrbios de Beirute, alegando que Israel está utilizando bombas-relógio para simular tais situações, e prometeu aos deslocados que eles retornarão em breve às suas casas no sul do Líbano e em Bekaa.

Em um dia sombrio, o Exército libanês anunciou a morte de dois soldados em um ataque aéreo israelense em Kafra. O bombardeio atingiu um posto militar, deixando também três pessoas feridas. A situação se agrava, com a ONU (UNIFIL) reportando que soldados de paz do Sri Lanka e da Indonésia também foram feridos pelos ataques israelenses, gerando uma onda de indignação internacional.

O Exército de Defesa de Israel (IDF) se defendeu, afirmando que havia orientado a UNIFIL a se proteger antes do incidente e insinuando que o Hezbollah estaria deliberadamente colocando suas operações em áreas civis.

Na manhã seguinte ao ataque mais mortal contra Beirute em um ano, o bairro de Burj Abi Haidar ainda respirava luto. O bombardeio matou 22 pessoas e feriu outras 117, deixando uma comunidade em desespero. Enquanto equipes de resgate buscavam vítimas, moradores em estado de choque reviravam os escombros em busca de pertences perdidos.

Ahmad al-Khatib, cujo apartamento foi danificado, compartilhou o momento caótico do ataque: "O mundo virou de cabeça para baixo. Olhei para minha esposa, ferida, e implorei: 'Diga algo!'" Enquanto ele trabalha para cuidar da família, Marwa, sua esposa, está internada na UTI, e sua filha de 2 anos, Ayla, escapou com ferimentos leves.

Outros moradores, como Mohammed Tarhani, relatam cenas de desespero e confusão, tentando reunir suas famílias após o ataque. "Nós corremos para procurar as crianças. Para onde devemos ir agora?", lamentou Mohammed, mostrando a gravidade da situação humanitária.

O ataque aéreo também tinha como alvo um membro sênior do Hezbollah, Wafiq Safa, que sobreviveu à tentativa de assassinato. Os bombardeios no centro de Beirute, que eram raros, agora se tornaram mais frequentes, levando à devastação em áreas civis e à escalada do conflito.

Enquanto os ataques aéreos israelenses continuam, a região se vê em um cenário de incerteza e medo. A insistência de Israel em atacar supostas posições do Hezbollah em meio a áreas civis aumenta a tensão, e a comunidade internacional observa com preocupação o agravamento da situação.