Lula e os Líderes de São Paulo no Planalto: Uma União pelo Combate à Ditadura e à Democracia
2024-11-29
Autor: João
Na última sexta-feira (29), um evento no Palácio do Planalto, que tinha como objetivo anunciar novos investimentos em infraestrutura no estado de São Paulo, se transformou em uma importante declaração de desagravo do governo Lula em defesa da democracia e contra a tentativa de golpe que remonta aos tempos sombrios da ditadura.
Ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB), ambos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), membros do primeiro escalão do governo Lula teceram críticas incisivas aos atos golpistas e à recente trama de assassinato exposta pelas investigações da Polícia Federal.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, enfatizou a dificuldade de governar em um cenário repleto de ameaças: "Não é fácil para um presidente e seu vice, que enfrentaram ameaças de morte e um verdadeiro complô contra o Estado, manter o compromisso com o voto popular". Esta declaração foi uma resposta direta ao clima de tensão que permeia a política brasileira desde a vitória de Lula nas eleições.
Este evento marcou a primeira visita do governador Tarcísio ao Planalto desde que a Polícia Federal indiciou Bolsonaro e mais 36 pessoas por tentativas de impedir a posse de Lula. O ministro do STF Alexandre de Moraes também teve um papel crucial, ao derrubar o sigilo da investigação da PF, permitindo que os documentos fossem enviados à Procuradoria-Geral da República.
O relatório final da investigação revela que Bolsonaro liderou esse complô no final de 2022, que não se concretizou por razões alheias à sua vontade. A PF declarou que existem provas sólidas de que o ex-presidente orquestrou um plano criminoso que visava a derrocada do Estado democrático de direito.
Além disso, escutações e análises de localização de celulares indicam que havia um plano para assassinar Lula, seu vice e o ministro do STF, um indicativo de que os envolvidos estavam dispostos a desestabilizar a nação de forma extrema.
Em sua fala, Rui Costa, Ministro da Casa Civil, foi claro ao dizer que, mesmo diante de ameaças, Lula permanece firme e sereno, mostrando a postura de um verdadeiro estadista. Costa destacou o apoio internacional que Lula recebeu, especialmente na última reunião do G20, onde conseguiu unir líderes de diversas nações em um diálogo construtivo.
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ex-governador de São Paulo, ressaltou a beleza da democracia e como é vital que todos trabalhem juntos pelo bem comum. Porém, ao contrário do usual em eventos do Planalto, Lula não fez um discurso extenso, optando por interações mais breves com Tarcísio e Nunes.
É interessante notar que, logo após o indiciamento de Bolsonaro, Tarcísio usou suas redes sociais para defender o ex-presidente, afirmando que as acusações careciam de provas e que o presidente Lula respeitou o resultado das eleições. Essa posição gerou críticas de opositores que acreditam que Tarcísio finge não ver a gravidade das acusações.
Alckmin também trouxe à tona uma comparação do tratamento do governo federal aos gestores locais nos dias de hoje, em relação ao período da ditadura. Ele lembrou como os prefeitos eram discriminados por filiação partidária e destacou a importância de celebrar a democracia como um valor essencial para o progresso do Brasil.