O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um alerta sobre as falhas na comunicação de seu governo durante uma videoconferência na última sexta-feira (6 de dezembro de 2024). Ele admitiu que errou ao não organizar entrevistas coletivas com jornalistas e reivindicou a necessidade de realizar uma licitação para melhorar a comunicação digital do governo. Segundo Lula, essa é uma questão urgente a ser resolvida a partir de 2025, pois a população precisa estar informada sobre as ações da gestão.

"Reconheço que há um erro na comunicação e que eu preciso corrigir isso. Não podemos reclamar da nossa falta de comunicação se não estamos fazendo o que é necessário para resolver", afirmou o presidente.

O seminário, intitulado "A realidade brasileira e os desafios do PT", contou com a presença de diversas lideranças do partido, incluindo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e outros deputados e senadores.

Ele destacou a importância de uma comunicação mais eficaz, lembrando que o secretário de Audiovisual, Ricardo Stuckert, sempre o elogia como um bom comunicador, mas que não tem concretizado entrevistas coletivas. Lula ainda expressou seu amor pela comunicação em rádio e a necessidade de mudanças imediatas nessa área.

Para Lula, a falta de uma comunicação digital mais eficiente é responsabilidade própria, uma vez que, após dois anos de mandato, ainda não foi capaz de implementar uma imprensa digital competitiva. "Até agora, não conseguimos realizar um estudo profundo sobre o digital, nem fizemos a licitação para uma imprensa competitiva", disse.

Recentemente, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) cancelou uma licitação no valor de R$ 197.753.736, que tinha o objetivo de selecionar quatro empresas de comunicação digital para gerenciar as redes sociais do governo. Essa ação foi motivada por suspeitas de fraude, identificadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Internamente, o governo tem enfrentado críticas quanto à eficácia da comunicação, mesmo após o lançamento de vários programas sociais com recursos significativos: a popularidade de Lula não aumentou como o esperado. Há rumores de que mudanças na Secom são iminentes, com uma reforma ministerial programada para o próximo ano.

Uma solução que tem sido debatida é a contratação do marqueteiro Sidônio Palmeira, que, embora tenha mostrado resistência em deixar sua empresa em Salvador, já tem colaborado com o governo em Brasília. A presença de Sidônio nas campanhas publicitárias e dos pronunciamentos de ministros pode se tornar mais frequente, se ele aceitar um cargo na Secom.

Lula também pressionou os membros do PT a se comunicarem mais eficientemente sobre as realizações do governo, enfatizando a importância de uma comunicação coesa e uniforme entre todos os representantes do partido. A falta de alinhamento no discurso entre ministros e aliados é uma das críticas persistentes.

"Essa será uma prioridade nos próximos dois anos de governo. Precisamos realizar a licitação para que nossa estratégia digital seja levada a sério, tanto pelo governo quanto pelos militantes do partido e movimentos sociais", declarou Lula.

Ele enfatizou que a internet é uma ferramenta crucial, mas reclamou do uso indevido e da desinformação que circula sobre seu governo. "Nós, como Partido dos Trabalhadores, temos responsabilidades. Não podemos permitir que a extrema-direita tenha mais espaço nas redes sociais do que nós e que elas propaguem suas inverdades com mais força que nossas realizações positivas", concluiu.