Lula se afasta de Maduro e envia embaixadora à posse do chavista
2025-01-02
Autor: Ana
Presidentes Lula e Maduro durante encontro em Brasília, em maio de 2023.
Fontes do governo federal confirmaram à GloboNews que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve enviar a embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, para a posse de Nicolás Maduro em seu terceiro mandato como presidente do país em 10 de janeiro.
Desde sua ascensão ao poder em 2013, Maduro enfrenta uma série de crises profundas, que incluem instabilidade política, colapso econômico e descontentamento social. O governo brasileiro, embora condene as sanções econômicas impostas à Venezuela, também exige a transparência nas eleições, criticando suspeitas de fraude.
O atual distanciamento nas relações entre Brasil e Venezuela se acentuou depois que Lula, assim como outros líderes internacionais, pediu a divulgação das atas eleitorais. A oposição venezuelana alega que as atas mostram que Edmundo Gonzáles derrotou Maduro nas urnas, algo que o Conselho Nacional Eleitoral do país nega.
Ao não reconhecer oficialmente a vitória de Maduro e da oposição, o Brasil sinaliza incertezas quanto à legitimidade do pleito. Apesar disso, a embaixada brasileira em Caracas permanece aberta, como uma forma de manter canais diplomáticos ativos.
As relações entre Lula e Maduro não são mais as mesmas, refletindo uma mudança significativa desde a recepção de Maduro pelo presidente brasileiro em 29 de maio de 2023, quando Lula defendeu a necessidade de reafirmar Maduro como presidente e expressou a importância da narrativa venezuelana.
Recentemente, tornou-se evidente que uma "quebra de confiança" ocorreu entre Brasil e Venezuela. Isso foi exacerbado pela inabilitação de candidaturas opositoras e entraves no processo eleitoral. Lula agora parece adotar uma postura mais cautelosa no que diz respeito às políticas de Maduro, deixando em aberto o futuro das relações entre os dois países.
O que vem a seguir para a relação Brasil-Venezuela? A expectativa pela posse de Maduro aumenta, mas a pergunta que não quer calar é: será que a diplomacia conseguirá sobreviver a esta crise?