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M. Dias Branco (MDIA3) Enfrenta um Terceiro Trimestre Desastroso e Ação despenca mais de 10%

2024-11-11

Autor: Matheus

O terceiro trimestre de 2024 (3T24) foi nada menos que desastroso para a M. Dias Branco (MDIA3). Os resultados financeiros foram extremamente decepcionantes, com o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) apresentando uma queda alarmante de 48% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 229 milhões. Este número ficou 27% abaixo das expectativas do mercado e 22% aquém das previsões do JP Morgan.

Às 10h38, o preço da ação da gigante de massas e biscoitos despencava 11,84%, cotada a apenas R$ 22,27.

O lucro líquido também não trouxe boas notícias, atingindo R$ 125 milhões, o que representa um desvio de 11% em relação às estimativas do JP Morgan e uma queda de 32% em comparação ao consenso do mercado.

Os analistas do JPMorgan apontam uma combinação fatal de fatores que contribuíram para essa crise. O volume de vendas sofreu uma redução de 7% e os preços médios caíram 5,6%, enquanto os custos de produção adiar ações de contenção, resultando em uma drástica compressão na margem bruta de 740 pontos-base.

Ainda segundo o banco, a M. Dias Branco parece não ter encontrado um equilíbrio adequado entre volume e preço, resultando em uma queda de 12% na receita.

O JPMorgan manteve sua recomendação de 'underweight' para as ações, acreditando que as dificuldades mencionadas persistirão no próximo trimestre, já que o aumento dos custos de produção, impulsionados pela desvalorização do real, além de aumentos nos preços do óleo de palma e do trigo, poderão afetar negativamente a empresa.

Os especialistas do Itaú BBA também não pouparam críticas, referindo-se ao 3T24 como um período que deverá ser esquecido. De acordo com eles, os resultados muito abaixo do esperado não apenas desapontaram investidores pessimistas, mas a nova metodologia de divulgação da empresa, que teve sua granularidade reduzida, poderá acirrar ainda mais a desconfiança do mercado.

Apesar da situação alarmante, o Itaú BBA decidiu manter sua classificação de 'market perform' para M. Dias Branco, estipulando um preço-alvo de R$ 34, esperando por sinais de recuperação na eficiência e produtividade da empresa.

Em um tom similar, a XP Investimentos afirmou que a M. Dias teve um trimestre para ser esquecido, com resultados que impactaram suas previsões. Eles destacam fatores como: (i) preços mais baixos e volumes em queda, resultando em perda de participação de mercado; (ii) aumento nos preços das commodities; e (iii) custos e despesas administrativas diluídas, em função do volume mais fraco.

Já o BTG Pactual, que mantém uma recomendação neutra desde 2018, observa que a empresa alterou sua estratégia de negócios, abandonando uma abordagem centrada em volume em favor de uma mais focada em preço, o que resultou em perda de participação em segmentos de mercado críticos.

Dados recentes indicam que essa mudança pode ter sido precipitada, já que a M. Dias Branco estava em um ciclo de recuperação de margens devido à queda nos custos de matérias-primas até esse trimestre desastroso.

Com mais de 18 anos em sua comunicação operacional, a empresa agora reestruturou a apresentação de seus resultados, juntamente com uma série de medidas corretivas que visam mitigar a queda nas margens e volumes de vendas. Porém, a situação atual exige atenção redobrada e ações decisivas para que M. Dias Branco retome o caminho do crescimento.