Em um cenário político em ebulição, o presidente francês Emmanuel Macron não tem papas na língua. Após as eleições legislativas de julho, onde a coalizão de esquerda conquistou a maioria dos assentos, mas sem alcançar a tão desejada maioria absoluta, Macron apontou um conluio inédito entre a esquerda e a extrema direita, que agora se unem contra ele.

"O mandato que vocês me deram é de cinco anos e eu o cumprirei até o fim!", declarou Macron em um discurso firme, prometendo também que um novo primeiro-ministro será nomeado nos próximos dias.

O ex-primeiro-ministro Michel Barnier, que havia sido escolhido por Macron apenas três meses atrás, se tornou alvo de uma moção de censura. A captura de apoio entre os partidos de oposição aumentou as tensões políticas, sendo a moção aprovada por 331 dos 574 deputados. Essa decisão surpreendente mostra como partidos que normalmente se opõem podem se unir contra um comum desafiante, algo que não se via desde o início da Quinta República, estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

Na manhã da quarta-feira (4), Barnier entregou sua carta de renúncia ao presidente, que não só aceitou, mas pediu que ele continuasse no cargo por um período. Barnier, um político veterano e pragmático, sempre soube navegar as águas turbulentas da política francesa, mas a situação atual exigia um líder mais forte.

As eleições parlamentares realizadas em junho e julho mostraram um cenário complicado: embora a esquerda tenha barrado a vitória da extrema direita, nenhuma coalizão conseguiu a maioria necessária para governar, resultando em um impasse político inédito. A escolha de Macron por um primeiro-ministro de centro-direita não foi bem recebida pelas forças de oposição, que iniciaram uma série de protestos e articulações para derrubar o governo.

No meio desse cenário caótico, a união entre a esquerda e a extrema direita se intensifica e promete abalar as estruturas políticas da França. Isso levanta preocupações sobre a estabilidade do governo de Macron e coloca em dúvida se ele conseguirá sobreviver até o final de seu mandato. Afinal, a política francesa nunca mais será a mesma após essa aliança inesperada!