A mãe da brasileira Mirna Raef Nasser, que foi tragicamente morta durante um ataque no Líbano, busca a assistência da embaixada do Brasil para retornar ao país com seus três filhos pequenos. A aviação brasileira está organizando um voo de resgate que deve partir do Rio de Janeiro em breve.

Ikram Yassine, mãe de Mirna, é libanesa e perdeu tudo em um ataque devastador na sua casa no dia 23 de setembro. Segundo relatos familiares, Mirna, de apenas 16 anos, e seu pai, Raef Hussein Nasser, foram encontrados abraçados nos escombros após o bombardeio.

"Estou sozinha, sem meu marido e sem minha filha para me apoiar. Preciso sair daqui, não consigo mais viver nesta situação", desabafou Ikram em entrevista.

A cunhada de Ikram, Solange Barbieri, moradora de Santa Catarina, está ajudando a mulher e as crianças a se organizarem para retornar ao Brasil. Ikram já viveu em Balneário Camboriú e sonha em recomeçar sua vida lá após essa tragédia.

Enquanto aguarda pela viagem, Ikram está reunindo documentos exigidos pela embaixada brasileira, com a ajuda de familiares que ainda estão no Brasil. Solange informou que ela enviou fotos e detalhes dos documentos de identificação de seus filhos, além de preencher formulários necessários para a solicitação de repatriação.

O Brasil está agindo rapidamente após o reconhecimento da situação crítica. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ficará em alerta em Portugal nos próximos dias, pronto para realizar a missão de repatriação, embora ainda não haja confirmação sobre a data de partida ou quem terá autorização para embarcar.

No trágico dia do ataque, a família de Mirna havia decidido deixar sua casa devido aos bombardeios, mas precisou voltar algumas horas depois para pegar roupas e materiais. Na última mensagem que enviou à sua mãe, Mirna expressou um pressentimento angustiante, dizendo que achava que não sobreviveria.

O governo brasileiro lamentou profundamente a perda de Mirna e reiterou seu compromisso em condenar os ataques aéreos que têm devastado áreas civis no Líbano. A Embaixada do Brasil em Beirute continua a prestar apoio à família e apela por um cessar-fogo imediato entre as partes envolvidas.